Mulheres evitam vagas em empresas com má reputação, indica pesquisa da Catho

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A pesquisa Mulheres 2024 – Desafios, tendências e comportamento da mulher no mercado de trabalho, produzida pela Catho, plataforma gratuita de empregos, identificou que ainda existem muitos obstáculos para as mulheres no mundo corporativo. Dentre eles, os principais incluem falta de oportunidades, machismo, assédio e sobrecarga quando se tem filhos.

De acordo com o levantamento, realizado com 886 mulheres, algumas empresas ainda não exercem determinados investimentos, como programas de apoio e acolhimento às gestantes e promoções após o retorno da licença maternidade. Cerca 50% das respondentes alegam terem sido demitidas após o afastamento.

“Por conta disso, muitas mulheres desistem de se candidatar a vagas em empresas que tenham má reputação ou que pagam pouco, visto que, mesmo sendo mais escolarizadas que os homens, mulheres ganham, em média, 21% a menos que os profissionais masculinos, conforme dados do IBGE.a”, afirma Christiana Mello, Diretora da Unidade de Recrutadores da Catho.

Segundo a diretora, a maioria do público feminino busca obter conhecimento prévio sobre a empresa e sobre as etapas do processo seletivo, além de garantia de feedback.

“Observamos evoluções positivas no cenário atual, se comparado a anos anteriores. Um estudo do Índice de Igualdade de Gênero (GEI) 2023 mostrou que as empresas tiveram, em média, 34% de mulheres em cargos de liderança. No que diz respeito à contratação feminina, houve um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Ainda há muitos desafios pela frente, em uma realidade não tão equitativa, mas, como mostra a pesquisa, estamos caminhando”, afirma Christiana.

O estudo da Catho também revelou que os assédios constituem um considerável obstáculo, com 78% das entrevistadas afirmando terem enfrentado algum tipo de assédio, seja virtual, moral ou físico. Christiana enfatiza que a maioria desses casos não é originada entre colegas, mas sim de superiores, com 21% das entrevistadas afirmando que a denúncia não teve nenhum resultado.

“Por incrível que pareça, a maioria dos casos não parte dos colegas, mas sim dos líderes diretos ou indiretos. Apesar disso, é importante destacar que o mercado está investindo em iniciativas para combater essa realidade, especialmente nas maiores empresas. Contudo, os resultados da pesquisa ainda mostram que poucas organizações tomaram alguma atitude após esses casos, com a maioria fazendo nada ou até mesmo demitindo a colaboradora após o assédio”, comenta Christiana.

A identificação desses desafios abre um caminho valioso para as lideranças refletirem sobre  ética e o respeito à legislação nas condições de trabalho, além do poder da diversidade e inclusão no ambiente profissional. “Reconhecemos a importância de criar espaços onde todos se sintam valorizados e respeitados, incluindo a liberdade para expressar sua individualidade. Essa é uma oportunidade para as empresas revisarem suas políticas internas e práticas de liderança, garantindo que promovam um ambiente de respeito mútuo e crescimento pessoal”, diz a executiva da Catho.

Outro ponto elucidado pela pesquisa é que metade das profissionais entrevistadas não recebeu nenhuma promoção ou mérito na empresa em que atua. Além disso, 49% responderam que as companhias nas quais elas trabalham não incentivam a inclusão e o desenvolvimento, fazendo com que elas não tenham uma perspectiva de crescimento na empresa a longo prazo. No entanto, 29% declara que esse movimento vem ocorrendo nas empresas.

Para a diretora da Catho, esses e outros fatores, infelizmente, mantém a chama acesa da discriminação da mulher no mercado de trabalho, fazendo com que elas fiquem insatisfeitas com seus empregos.

Para a pesquisa, a Catho ouviu pessoas a partir dos 18 anos, sendo que 46% têm entre 36 anos e 50 anos de idade, 38% têm de 18 anos a 35 anos e 16% têm 51 anos ou mais. A maioria deles (86%) mora no Estado de São Paulo; 49% afirmam não ter filhos e 51% têm uma criança ou mais.

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GIOVANNA REBELO ALVES
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