A Dra. Débora Cadore participa desde 2008 deste que é o maior congresso internacional para dermatologistas; novos tratamentos para pacientes com alopecias autoimunes foram uma das novidades apresentadas
Entre os dias 7 e 11 de março, em Orlando, na Flórida (EUA), foi realizada mais uma edição do principal evento de educação em dermatologia do ano, o ADD Annual Meeting, com uma robusta e abrangente programação conduzida por especialistas da área, reunindo médicos dermatologistas de todo o mundo para se atualizar com base nas mais recentes evidências científicas e para ampliar seus horizontes por meio de conexões com colegas e líderes do setor.
De Florianópolis, a dermatologista Débora Cadore foi uma das participantes. “Desde o ano de 2008 perdi apenas uma edição, em 2019, que foi quando a minha filha nasceu; de fato é o evento mais importante do calendário internacional para os dermatologistas pela produção científica que norteia a programação dos cinco dias de muito aprendizado”, pontua a médica, com mais de 20 anos de experiência na Dermatologia.
Nesta edição, o congresso contou com um número recorde de participantes: 20 mil dermatologistas. “Os Estados Unidos são um país muito sério quando se trata de inovação, desenvolvimento de aparelhos e de pesquisa para novos tratamentos, como também – assim como o Brasil – é um país com um enorme número de dermatologistas. Neste congresso são apresentadas as novidades que se tornarão tendência”, completa a Dra. Débora.
Principais novidades:
Além da possibilidade de trocas e conexões com milhares de profissionais do setor, a extensa programação é um grande atrativo. Entre os destaques, a médica apontou três principais novidades que mais a chamaram atenção:
- Apresentação de novas possibilidades de medicamentos para o tratamento das alopecias autoimunes, em especial a alopecia areata, a que faz o paciente perder todos os fios. “Até 2023, não tínhamos nenhuma medicação no mundo, em bula, com indicação de tratamento específico para essa condição. Hoje esse grupo de medicamentos aumentou, trazendo a possibilidade de tratamentos realmente eficazes para uma parcela de pacientes.
- Medicina estética: nesta área, segundo a médica, “sem sombra de dúvidas”, a grande novidade é o uso de células-tronco. “Cada vez mais se fala em resgatar o potencial de regeneração celular. Então, a gente pode pegar células-tronco de várias fontes, como do tecido gorduroso, que é bem interessante”, destaca a Dra. Débora Cadore.
- Preocupação com o excesso de exposição a produtos químicos. “Se falou muito sobre essa exposição em demasia a tantos produtos químicos no mundo, fazendo a população se sensibilizar, estar mais vulnerável, cada vez mais cedo, inclusive desde a infância”, pontuou a dermatologista, que atribui isso à grande popularização dos vídeos sobre “skincare” (rotina de cuidados com a pele) que viralizam em redes como TikTok e Instagram e impactam crianças e adolescentes. “A exposição excessiva a uma série de produtos de skincare, ou para colorir os cabelos e unhas, não é interessante para a pele de crianças, jovens e até mesmo adultos sem o devido acompanhamento de um profissional qualificado”, alerta a médica.