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16/03/2021 às 11h04min - Atualizada em 16/03/2021 às 10h48min

O TRIBUNAL DE JULGAMENTO DO IMPEACHMENT E A COMPOSIÇÃO DO GOVERNO MOISÉS

Como o surgimento do lado articulador de Carlos Moisés e a abertura das portas do executivo para a participação de parlamentares e seus indicados poderá refletir na votação do tribunal de julgamento que decidirá o futuro do Governador, dia 26 de março.

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Em meio a forte onda de COVID-19 que assola o Estado de Santa Catarina, um episódio determinante na política estadual tem dia e hora para acontecer. Marcado para o dia 26 de março, com início previsto para as 09:00h, ocorrerá a votação sobre o impeachment em que o Governador Carlos Moisés enfrenta sérias acusações decorrentes do infame episódio dos R$ 33.000.000,00 surrupiados na aquisição de 200 respiradores que nunca aportaram nos hospitais do Estado, bem como sobre as incoerências no planejamento da montagem do hospital de campanha com valores astronomicamente maiores do que o justificável.

Os episódios citados se desenrolaram no início do enfrentamento da pandemia, compondo as principais demandas enfrentadas pelo Governo naquele momento. Apesar disso, o Governador Carlos Moisés afirma que não tinha conhecimento das negociações, ainda que diariamente apresentasse as conduções da gestão através de lives nas páginas do Governo demonstrando estar encabeçando todas as medidas de combate.

Então caberá a cinco Deputados Estaduais e cinco Desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina a condução e decisão sobre o possível afastamento do Governador. Enquanto os Desembargadores foram sorteados em sessão solene do Tribunal, os Deputados Estaduais foram escolhidos em votação nominal de seus pares.

A Assembleia Legislativa escolheu como seus representantes os seguintes parlamentares: Valdir Cobalchini (MDB), Fabiano da Luz (PT), Zé Milton Scheffer (PP), Marcos Vieira (PSDB) e Laércio Schuster (PSB).

Por sua vez, o Tribunal de Justiça do Estado sorteou os seguintes Desembargadores: Luiz Zanelato, Rosane Portela Wolff, Luiz Antonio Zanini Fornerolli, Roberto Lucas Pacheco, Sonia Maria Schmidt.

A sincronia da decisão da matéria do impeachment e o momento mais tenso enfrentado pelos catarinenses deverá ter algum valor. Os leitos de UTI já são insuficientes, com quase quatrocentos pacientes aguardando vaga. Não bastasse essa crueldade, agora as secretarias de saúde municipais indicam o esgotamento de medicamentos básicos utilizados para a intubação de pacientes que necessitam de auxílio para respirar.

Do outro lado da balança estão os conchavos políticos que se desenharam desde a escolha dos Deputados componentes do Tribunal de Julgamento do impeachment.

Já empossado como membro da comissão, o Deputado Zé Milton Scheffer foi escolhido pelo Governador Moisés para ser o seu grande aliado na ALESC, exercendo a função de líder do governo no parlamento.

Em posição semelhante, o Deputado Valdir Cobalchini ganhou espaço na gestão do executivo a partir do alinhamento entre Moisés e MDB, apontando até na possibilidade de que o atual Governador passe a integrar os quadros do partido. Com base nas diversas indicações partidárias para cargos estratégicos na gestão do Estado, ficará a cargo do Deputado perceber se isso é o suficiente para frear o prosseguimento do processo de impeachment.

A decisão final será o fiel da balança que mensurará as prioridades dos representantes estaduais envolvidos diretamente no julgamento. De um lado a ineficiência governamental em gerir os recursos e esforços ao combate da pandemia, com indícios suficientemente robustos que indicam o cometimento de crimes por integrantes do primeiro escalão do executivo. De outro lado, a abertura política ocorrida no intervalo entre a composição da ala parlamentar no tribunal de julgamento e as respectivas indicações para o exercício de cargos estratégicos no governo.
           

Pra qual lado a balança penderá?
 
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