18/01/2024 às 10h39min - Atualizada em 18/01/2024 às 10h36min

Cuidado ao rotular alguns de seus franqueados como “Franqueados Tóxicos”

Erlon Labatut
A relação entre franqueador e os seus franqueados, como acontece em qualquer relação humana, envolve alguns desafios. Apesar do contrato de franquia ser entre empresas, na prática o que existem são pessoas, atrás de cada CNPJ existe um ou mais CPFs. Nos últimos tempos tornou-se comum o uso do termo “franqueados tóxicos”, e quando existe algum conflito a tentação em já identificar e rotular alguns franqueados como “tóxicos” é grande.

Estes franqueados tóxicos existem sim, mas é preciso muita atenção na hora de analisar a rede e identificar os que realmente são tóxicos. Um franqueado tóxico joga contra a rede, e isso é mais do que um problema de relacionamento, é um problema de caráter. Na minha opinião um franqueado assim não deve continuar na franquia. Veja então a gravidade de se “carimbar”, mesmo que somente internamente, um franqueado com esse estereótipo.
Não deve ser permitido que se rotule qualquer franqueado da sua base como sendo tóxico, a menos que já esteja determinado que ele não continuará na sua rede, não é saudável ter um franqueado assim e ir levando. O que fazer então? A primeira coisa é ter um olhar mais amplo sobre a personalidade dos franqueados, e assim podemos observar as suas atitudes através dos quatro temperamentos humanos.

Um franqueado que pode dar a impressão que está querendo ir contra tudo, na verdade pode ser apenas um colérico que tem naturalmente um jeito de ser de responder de maneira rápida e contundente à novas ideias; enquanto outro que pode parecer que está testando a autoridade da franqueadora pode ser apenas um sanguíneo interessado que é sempre questionador na sua essência. E não paramos por aí, uma franqueada que demora para responder às solicitações da franqueadora parece que não está nem aí para o negócio, possivelmente seja uma fleumática que precisa de tempo para pensar estrategicamente sobre tudo, justamente porque está bastante comprometida. O aparente pessimismo em relação as ações propostas pela franqueadora pode não ser nada além da reação normal e até esperada de um desconfiado melancólico.

Todo bom franqueador é um grande conhecedor de pessoas. E compreender como os quatro temperamentos humanos podem ser aplicados na relação com os franqueados é um grande trunfo para liderar com maestria uma rede de franquias. Olhar a rede com um viés de que todos são parceiros da marca, cada um com seu temperamento, convergindo para o mesmo objetivo final, através de comportamentos bastante diferentes pode mostrar que “franqueados tóxicos” são na verdade raros, a maioria são somente seres humanos com comportamentos diferentes dos nossos, gerando algum desconforto, mas são leais e parceiros, mesmo que não pareçam à primeira vista.
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