Um dos efeitos da pandemia da COVID-19 foi a aceleração do processo de transformação digital. A tecnologia se tornou fundamental para que vários aspectos da vida continuassem, mesmo com restrições de mobilidade e distanciamento social.
Dentro deste novo cenário, vamos destacar as principais tendências da transformação digital que estão impactando diretamente nos treinamentos corporativos e devem estar no radar dos gestores e departamentos de RH que querem seguir investindo em treinamento e desenvolvimento (T&D) para seus colaboradores.
Estamos passando mais tempo em celulares ou tablets. Um estudo da Globalwebindex mostrou que países como México, Colômbia e Argentina têm um tempo médio diário de acesso à internet móvel de 3h50min, 4h11min e 4h20min, respectivamente, aumentando ainda mais no Brasil: 4 horas e 45 minutos por dia.
A praticidade e flexibilidade proporcionadas por aparelhos móveis podem ser uma vantagem para engajar equipes em programas de treinamento corporativo. Um artigo publicado pela SHIFT (em inglês) mostrou que usuários de smartphones completam cursos em média 45% mais rapidamente do que aqueles que tiveram as aulas em computadores. Explorar essa vantagem pode ser essencial para garantir participação e engajamento efetivo dos profissionais nas iniciativas de T&D.
Gigantes como Netflix, Amazon, Spotify e YouTube coletam dados sobre preferências e interesses de seus usuários para aplicar tecnologias de inteligência artificial e sugerir o conteúdo mais relevante para cada pessoa - resultando em alto engajamento na plataforma.
Essa tendência também mostra a importância de oferecer conteúdo personalizado para o T&D, já que novos conhecimentos precisam fazer parte do dia a dia real dos alunos para um aprendizado eficaz.
Essa personalização é chave para o sucesso do T&D, pois diz respeito também à retenção do conhecimento. Um artigo publicado pelo Harvard Business Review (em inglês) aborda a “curva do esquecimento”, descoberta pelo psicólogo Hermann Ebbinghaus, conceito que diz que até 75% de novos conhecimentos são esquecidos em apenas seis dias quando não utilizados.
Com um volume de informações maior do que nunca, estamos desenvolvendo o hábito de consumir conteúdos curtos e rápidos em grande quantidade ao invés de focar muito tempo em uma coisa só.
Um estudo da Deloitte mostrou que a maioria das pessoas não assiste a vídeos que duram mais de quatro minutos, o que prejudica o consumo de conteúdos extensos. Isso ajuda a explicar o uso de plataformas como o TED Talks, um ótimo exemplo de micro conteúdo: pequenas pílulas de conhecimento que podem ser consumidas a qualquer momento, em qualquer lugar.
Um conteúdo baseado em tarefas, personalizado e dividido em pequenas partes. O microlearning (ou microaprendizado) integra a digitalização dos treinamentos corporativos pois, além de oferecer aprendizado eficaz por meio de micro conteúdo, também se adapta perfeitamente aos dispositivos móveis, permitindo maior flexibilidade para os alunos.
Um estudo feito com as empresas clientes da Voxy, edtech de conteúdo 100% personalizável que ensina inglês adaptado às diferentes áreas de atuação das empresas, revela que o microlearning melhora em 20% a retenção do conhecimento e em 50% o engajamento dos colaboradores. Segundo a Head of Revenue Growth, Eliane Iwasaki, “essa experiência, quando aplicada em modelos de treinamentos digitais, faz com que as pessoas aproveitem mais do conteúdo, pois os alunos têm acesso ao treinamento via internet em seus aparelhos móveis, onde cada um pode estudar conforme sua própria rotina, e o profissional de RH pode focar em acompanhar e otimizar os orçamentos de T&D, cortando custos desnecessários e reduzindo até 55% do valor.
O futuro dos treinamentos corporativos
É possível afirmar com certa segurança que treinamentos digitais são uma tendência que deve se manter mesmo ao fim de medidas de distanciamento social ou retorno do trabalho presencial.
Os principais fatores que impediam a adoção em larga escala do T&D digital eram a resistência à mudança e a falta de confiança em iniciativas 100% digitais.
A percepção geral é que treinamentos corporativos devem continuar sendo cada vez mais oferecidos digitalmente pois, apesar de forçada pela pandemia, a aceleração do processo de transformação digital em T&D permitiu que os profissionais de RH identifiquem mais facilmente possibilidades de otimização em seus projetos, tanto do ponto de vista do aluno quanto da empresa, gerando melhores resultados.