Comunicação não-violenta auxilia mediação de conflitos no mercado imobiliário

A metodologia, desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, é fundamentada em estabelecer relacionamentos de parceria e cooperação, nos quais prevaleça uma comunicação eficiente e empática. Para debater o papel dessa técnica no mercado imobiliário, a empresária Maiara Tófano, diretora executiva da Tófano Netimóveis, empresa de Cachoeiro de Itapemirim (ES), foi convidada para integrar o time de palestrantes do ICXP (Imobi Conference Experience) 2022, evento nacional que vai debater as principais tendências do setor. A palestra, que será realizada no dia 19 de março, às 9h10, vai abordar as técnicas fundamentais para uma comunicação eficiente, com foco na gestão de conflitos, negociações e habilidade de escuta.

A metodologia CNV nas imobiliárias tem como intuito melhorar a escuta ativa, sem abrir margens para distrações e evitando conflitos no relacionamento com os clientes. "Não adianta estar na ligação com cliente, se, no meio da conversa, você está resolvendo outras coisas no computador. É importante resgatar ferramentas comunicativas humanas, que gerem conexão e empatia", afirma Maiara. "Nisso, é preciso ter em mente que o WhatsApp nem sempre é diálogo, assim como videochamada não é presença. A pandemia ressaltou ainda mais a necessidade da escuta ativa e a importância de saber trabalhar melhor a empatia na hora de fazer uma negociação", avalia.

O processo de CNV pode auxiliar no relacionamento entre equipes, impactando no clima organizacional, com benefícios também para a saúde emocional dos colaboradores. "É um treinamento comunicativo que ajuda o colaborador a não absorver tudo que chega para ele com muita intensidade. Usar as ferramentas da CNV na prática traz um conhecimento muito pessoal para que eles aprendam mais sobre si mesmos e, consequentemente, saibam lidar melhor com o outro. O uso da técnica permite que o colaborador consiga entender as demandas dos clientes, que, às vezes, chegam com muita euforia", argumenta Maiara.

Ela conta que a adoção da comunicação não violenta na Tófano Netimóveis incluiu também a revisão de alguns jargões do mercado imobiliário. "Por exemplo, em vez de falarmos ‘laudo de vistoria’, em que o próprio termo já parte do princípio de que você quer achar erro, estamos substituindo por ‘relatório de vistoria’. Isso proporciona uma leveza no processo", explica a diretora executiva. "Nem todo conflito precisa virar confronto. Promover essa cultura de paz nas empresas, para que possamos ser disseminadores do resgate da comunicação primordial, é um passo muito importante", complementa.