13/05/2022 às 15h06min - Atualizada em 14/05/2022 às 00h01min

9 em cada 10 mulheres sofrem machismo no segmento imobiliário e na construção civil

As duas atitudes machistas mais comuns são "manterrupting" e "mansplaining"; cerca de 84,5% das participantes já passaram por essas situações

SALA DA NOTÍCIA Temma
Divulgação

A pesquisa “IRA – Índice Regional de Assimetrias”, realizada em março deste ano pelo Ipefem - Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino, em parceria com o Instituto Mulheres do Imobiliário, aponta que 9 em cada 10 mulheres sofrem machismo dentro do trabalho na construção civil e no segmento imobiliário, e a maioria delas, 65%, de forma muito frequente – mais de três vezes por semana. 

O estudo ainda detalha que, das sete atitudes machistas avaliadas, as duas mais comuns são “manterrupting”, quando um homem interrompe você constantemente de maneira desnecessária, impossibilitando que você consiga concluir a fala/raciocínio; e “mansplaining” quando um homem explicou algo óbvio para você, de forma didática, como se você não fosse capaz de entender. Cerca de 84,5% das participantes já passaram por essas situações e mais da metade declarou ter passado pela situação muitas vezes.

“O que chamamos de assimetria é esse ambiente desequilibrado. Além dos casos de assédio moral, a realidade que as mulheres enfrentam nas Organizações do setor mostra que a maioria discorda que seus cargos, salários, oportunidades e espaço de fala sejam equivalentes entre os gêneros. Nós queríamos provar que existe uma relação direta entre um ambiente assimétrico e os níveis de burnout. Infelizmente, conseguimos”, destaca a fundadora do Ipefem, Ana Tomazelli.

Há indícios que 75% das mulheres do setor já têm sintomas de esgotamento e quase metade delas, 43%, estão no estágio mais avançado, que é efetivamente o Burnout. “Burnout não é um cansaço normal resultante de uma atividade, que melhora com férias e finais de semana. Burnout é uma situação crônica de cansaço e tensão, em que o trabalho excessivo do ponto de vista mental, emocional e físico leva a um crescente estado de esgotamento em que a pessoa não consegue relaxar, viver de uma forma feliz e produtiva” explica a  psiquiatra e sexóloga Dra. Carmita Abdo.  

“O que os dados e os fatos comprovam é que ainda enfrentamos uma desigualdade nas atribuições sociais entre os gêneros, fator esse que evidencia o peso social que recai sobre os ombros femininos. Falar sobre gênero também é fundamental”, pontua a idealizadora do Instituto Mulheres do Imobiliário e autora do livro Proprietárias, Elisa Rosenthal Tawil. A empresária ainda reforça: "Agora é levar os resultados completos às empresas e entidades do setor, para que assumam compromissos com os cuidados em saúde mental, além de melhores ambientes de trabalho.”


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