14/06/2022 às 11h02min - Atualizada em 20/06/2022 às 00h10min

Artesã quer inspirar pessoas de baixa renda a conquistarem sua independência financeira

Por meio de experiência de vida, profissional dá início a um projeto social para ensinar moradores do Residencial Goiânia Viva e região a produzirem biojoias artesanais. Curso também apresentará potencial do mercado, fornecedores e contará com palestras e orientações de especialistas

SALA DA NOTÍCIA Carolina Oliveira de Assis
Divulgação
Inspirar outras pessoas a encontrarem sua força, a se valorizar e a acreditar em si mesma. Tudo isso aliado a uma aprendizagem que poderá lhe proporcionar independência financeira, inspirar novos sonhos e conquistar o mundo! Esta é a proposta da artesã Alda Assis, que vai ministrar, de 27 de junho a 2 de julho, um curso para ensinar a confecção de biojoias, tudo de forma artesanal, aos moradores do bairro Residencial Goiânia Viva e setores adjacentes, na região Oeste de Goiânia. Serão 30 vagas, tanto para mulheres quanto para os homens, e a participação é gratuita.

Idealizadora do projeto ‘Travessia: o artesanato como instrumento de transformação do indivíduo e fomentador da economia local’, aprovado pelo Fundo de Arte e Cultura de Goiás, do Governo do Estado de Goiás, Edital 10/2017, Alda vai apresentar as matérias-primas utilizadas, passando por técnicas de conservação, pintura, polimento e aproveitamento de cada produto descartado pelo meio ambiente. A fonte desses materiais, em sua maioria, advém do Cerrado e da Amazônia. Sementes, madeiras, ossos, chifres, pedras. Também será destacado o potencial deste mercado e os participantes terão acesso a alguns fornecedores. A partir daí, basta deixar a criatividade falar mais alto.

O evento será realizado no Projeto Renascer, coordenado por Edinaldo Marques Neves, localizado no bairro Residencial Goiânia Viva, na região Oeste de Goiânia. Objetivo é promover uma formação que saia do circuito central da cidade, possibilitando o acesso e a participação também de pessoas idosas ou com deficiência motora. “Nossa intenção é viabilizar uma formação profissional voltada para o artesanato e, consequentemente, proporcionar uma experiência de autonomia econômica para esta comunidade. Acredito que os participantes das atividades possam, a partir daí, criar e fortalecer suas próprias rendas financeiras para sustentar minimamente as necessidades básicas de alimentação e moradia, assim como estar em contato com todos os benefícios psicossociais que o artesanato promove”, explica a artesã Alda Assis.
Os participantes também terão acesso às informações necessárias sobre produção independente e economia solidária para que possam compreender o funcionamento e possibilidade de uma vida financeira autônoma, além de noção sobre formas de organização do cotidiano de um profissional autônomo. 

O projeto também oferecerá um ambiente de escuta para conhecer os maiores problemas enfrentados pelo grupo participante. “Assim como eu consegui me reerguer após um relacionamento conturbado/tóxico, quero auxiliar outras pessoas a recuperar sua autoestima, ao mesmo tempo oferecendo uma oportunidade de empoderamento”, justifica.

Além da artesã responsável pela iniciativa, a formação contará com mais quatro profissionais: as palestras ficarão a cargo de Emília Simon; Naya Violeta; e Viníciu Fagundes Bárbara; enquanto as oficinas terão a coordenação de Lorena Patrícia de Oliveira, do Ocupa Madalena; e a vivência será com a psicóloga Camila Lima. “Estabelecer e consolidar contatos são modos de estreitar laços de trabalho, formar redes de apoio, criar vínculos de pertencimento com a profissão e estabelecer relações de trocas de saberes e práticas. Esse é o primeiro passo para que a formação seja potencialmente efetiva e tenha força para seguir e alcançar seu propósito maior”, ressalta Alda.

Ao final, serão entregues 30  exemplares do “Guia da Artesã e do Artesão”, que reúne as informações básicas sobre o artesanato e a produção realizada pelos participantes como dados sobre as biojoias; apresentação dos materiais e equipamentos que envolvem a feitura das peças; processos de criação; mapeamento de sites de artesãs e artesãos no Brasil; informações sobre os coletivos, associações, feiras, editais e outras possibilidades de contatos de vendas e de organização em torno do artesanato.  Também será documentado neste material os registros visuais da formação e a produção realizada durante a execução do projeto. E os alunos também terão seu certificado.

Origem
Alda Assis é uma artesã de Goiânia que descobriu as tramas criativas do artesanato e desde então vive envolvida, consumida e entregue a esta arte. Seu envolvimento com o artesanato se deu há 11 anos, após o término de um relacionamento, quando se percebeu isolada das possibilidades de uma vida profissional que lhe garantisse, minimamente, uma renda mensal para as despesas de alimentação e moradia.

Sem uma formação e experiência para buscar vagas de emprego, Alda se viu desamparada e sem saídas. E foi aí que, por meio de uma formação, aprendeu a criar e a fabricar biojoias, a saída para a garantia de renda. Nessa travessia, o artesanato foi a possibilidade real que ela encontrou para construir uma trajetória profissional que pôde, aos poucos, lhe devolver a segurança e autoestima que lhe faltavam. “Acreditamos que é possível transformar algumas realidades econômicas, sociais e emocionais por meio de uma formação e capacitação com o artesanato. Assim como aconteceu comigo, outras pessoas podem encontrar nessa profissão novos caminhos para se sustentar, a si e aos filhos, numa vida com mais perspectivas econômicas, autonomia, autoestima e qualidade de trabalho. O artesanato pode ser pensado e encarado como essa alternativa real de autonomia econômica”, aposta a artesã.

SERVIÇO
Curso de formação em biojoiasiniciativa do Projeto Travessia: o artesanato como instrumento de transformação do indivíduo e fomentador da economia local
Quando: de 27 de junho a 02 de julho de 2022
Onde: Projeto Renascer: Avenida Tóquio Quadra 32 Lotes 1/4 – Residencial Goiânia Viva
Vagas: 30 vagas, participação gratuita
Público-alvo: moradores do Residencial Goiânia Viva e bairros vizinhos
Inscrições/mais informações: (62) 9 9824-9730 (WhatsApp)
FICHA TÉCNICA
Esse projeto foi contemplado no Edital de Fomento ao Artesanato 10/2017 do Fundo de Arte e Cultura de Goiás 
Produção e execução: Camila Lima e Cássia Oliveira
Formação: Alda Assis
Palestrantes: Alda Assis I Emília Simon I Naya Violeta I Viníciu Fagundes Bárbara
Oficina: Lorena Patrícia de Oliveira (Ocupa Madalena)
Vivência: Camila Lima
Identidade Visual: Sophia Pinheiro
Design Gráfica: Camila Mogyka
Marketing Digital: Carol Oliveira
Fotografia: Juliana Cordeiro
Assessoria de Imprensa: Carol Oliveira
Videomaker: Maressa Martins Calixto
Parceria: Espaço Renascer

Mini bios:
Naya Violeta
Uma cidadã̃ do mundo, Naya Violeta é natural de Goianira, pequena cidade da Região Metropolitana de Goiânia. Cosmopolita, já́ tendo morado em diversos lugares como São Paulo e Buenos Aires, são as experiências que carrega de sua cidade natal, com menos de 45 mil habitantes, que constituem a base do seu trabalho. As cores terrosas, os festejos da Folia de Reis, as roupas extravagantes da Yes, Brasil que o pai ostentava nos anos 90. São a essas referências que Naya soma o candomblé́, o axé e todas as visualidades e essências que descobre mundo afora. Afro empreendedora e diretora criativa da marca que leva seu nome, foi a primeira marca goiana a estrear no line UP da maior semana de moda da América Latina a SPFW.

Emilia Simon
Emilia Simon é artista visual autodidata. Filha de arquitetos, cresceu em meio a pranchetas e materiais de desenho, que na época de sua infância substituíam softwares e hardwares, proporcionando a pequena se familiarizar desde muito cedo as delícias da expressão através do desenho. É bem verdade que é algo corriqueiro na infância o encantamento com desenho e materiais artísticos, mas Emilia carregou vida adentro o hábito de pintar, desenhar, e tem nas linhas, formas, cores e texturas suas principais ferramentas de linguagem. Construiu e continua a construir um universo visual autoral, fruto de experimentações diversas que passam por técnicas diversificadas como pintura, gravura, cerâmica, e joalheria artesanal, criando pontes e misturas entre as diversas técnicas

Lorena Oliveira
Lorena Oliveira, curinga de teatro do oprimido e das oprimidas é integrante do núcleo ocupa Madalena de teatro das oprimidas onde atua desde 2011, ministrando oficinas e atuando como atriz e facilitadora da técnica em construções de performances e espetáculos de teatro do oprimido.

Núcleo Ocupa Madalena
O grupo Ocupa Madalena Teatro das Oprimidas deseja lançar reflexões a respeito das práticas artísticas contemporâneas que extrapolam o campo do discurso artístico e apontam para questões políticas e sociais. Discutir as tecnologias de gênero que incidem sobre os corpos femininos e produzem linhas de subjetivação que lançam para outros territórios nosso entendimento sobre o corpo, os papéis de gênero e a identidade. Somos um grupo baseado na força solidária feminina, que lê, interpreta e sente o papel das mulheres em nosso mundo social, buscando transformá-lo através da arte. Não oferecemos apenas produtos artísticos, mas, de fato, convidamos mulheres a reconhecerem seus potenciais criativos, empoderarem-se e transformar seus potenciais em ações políticas positivas aplicáveis às suas comunidades locais.

Viniciu Fagundes Bárbara
Viníciu é Engenheiro Ambiental (2004) pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, mestre em Engenharia do Meio Ambiente (2006) pela Universidade Federal de Goiás e doutor em Ciências Ambientais (2017) pela Universidade Federal de Goiás. Atua como professor efetivo dos cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária e Técnico em Controle Ambiental, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Idealizador e criador do Estúdio Tutóia, Viníciu divulga os trabalhos manuais que desenvolve com elementos naturais, transmite informações associadas à preservação dos biomas brasileiros e dialoga com outros artistas/artesãos sobre economia criativa e sustentabilidade.

Camila Lima
Formada em Psicologia em 2005 pela Universidade Paulista, se aprofundou nos estudos Junguianos. Especialista em Saúde Mental com Base Analítica atua na clínica por cerca de 7 anos. Trabalhou também na área da psicologia social com adolescentes em situação de vulnerabilidade social e na área da psicologia escolar. Apaixonada no processo de cura e autonomia emocional, hoje cursa a formação em Análise Bioenergética no Instituto Vibrare em Brasília. Sócia proprietária na empresa Espaço de Cura Célula Mater, atende na área clínica pessoas em todo Brasil através do formato online. Acredita na visão integral do ser humano e na desconstrução das dores da alma que se manifestam em vários aspectos da vida.

 
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