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26/07/2022 às 17h15min - Atualizada em 27/07/2022 às 00h03min

Integral Group prevê desaceleração da economia mundial no 2º semestre

Especialistas projetam crescimento de 1,20% para o PIB brasileiro em 2022 e veem cenário macroeconômico favorável para investimentos em fundos imobiliários e de crédito privado

DINO
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O Integral Group projeta crescimento de 1,20% para a economia brasileira neste ano, abaixo da mediana do mercado, que prevê um avanço de 1,75%. Já para 2023 o grupo vê uma expansão do PIB de 1%, acima do 0,5% projetado pelo mercado. As previsões foram feitas em apresentação online para imprensa.

Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group, disse que a expectativa é de desaceleração da economia mundial no 2º semestre, com queda de demanda agregada no mundo e no Brasil, diante de um cenário de choque de oferta provocado pela guerra, fortes pressões inflacionárias e alta de juros. Na previsão de Miraglia, China, EUA e Europa terão desaceleração mais intensa, impactando os preços de commodities.

“A economia brasileira está sofrendo os impactos da desaceleração global, mas tem a vantagem de ser o único mercado emergente que se tornou opção para investimentos estrangeiros. O Brasil tem uma dimensão continental e é grande produtor de commodities, entre outros pontos positivos. O país só não deslancha porque o mercado é ainda muito concentrado em índices de ETFs (Exchange Traded Fund) que reúnem todos os mercados emergentes”.

Para Miraglia, os incentivos do governo à população carente devem trazer sustentação ao crescimento no curto prazo. Mas tem a desaceleração global. “Isso explica por que as nossas estimativas estão diferentes do Focus. Já estávamos desde novembro com projeção de crescimento para 2022 por volta de 1%. O mercado chegou a falar em queda de 0,5%, mas já esperávamos que o governo em ano de eleição teria uma política mais voltada para as classes de menor renda. E também avaliamos que teremos uma desaceleração global mais intensa do que está precificado hoje e, por isso, nossa projeção de PIB é menor”.

 O economista prevê que a inflação medida pelo IPCA deve encerrar o ano em 8%, pouco acima dos 7,54% previstos na mediana do Focus. “O mercado está exagerando na deflação esperada para julho, de 1%, e também espera deflação ou inflação muito baixa em agosto. Não acreditamos que será tudo isso”.

Miraglia considera que o Brasil está no final do ciclo de aperto monetário, o que significa uma vantagem ante o restante do mundo: “Alguns índices de inflação no Brasil estão rodando abaixo do que na Europa e EUA porque já vínhamos no movimento de aperto monetário, que deve se refletir nos próximos seis meses”.

Para o economista, o Copom deve promover este ano uma última alta de 0,5 ponto percentual na Selic ou duas de 0,25 p.p. e interromper o ciclo de elevação de juros, com a taxa em 13,75% ao ano: "No nosso cenário base, não será necessário levar o juro aos 14%".

Quanto aos juros nos EUA, Miraglia avalia que o Fed deve promover uma alta de 0,75 p.p. na reunião da próxima semana e sinalizar mais uma elevação de 0,75 p.p. “A inflação segue muito elevada nos Estados Unidos, e o juro nominal está muito abaixo da inflação, resultando em uma taxa de juro real ainda negativa. Já houve um ajuste na expectativa de inflação mais longa nos EUA, mas ela ainda está desancorada”, acrescentou.

Retomada dos fundos imobiliários

Por sua vez, Vitor Bidetti, sócio-fundador do Integral Group, afirmou que as perspectivas são positivas para os fundos imobiliários: “A tendência é que o Banco Central, como se antecipou na elevação de juros em relação aos demais, também encerre o ciclo de aperto monetário mais rápido, com impactos positivos para a Bolsa e os fundos imobiliários. A nossa expectativa é que a inflação vá para algo em torno de 5% em 2023 e a Selic possa chegar ao final do ano mais próxima de um dígito. Com isso, vamos ver o IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) crescendo e a Bolsa retomando”.

Bidetti destacou que, desde 2011, quando foi criado, o IFIX foi a classe de ativos que melhor performou, acima do Ibovespa e do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). No acumulado de 2011 a maio deste ano, o índice de fundos imobiliários acumulou retorno de 179,56%, ante 42,19% do Ibovespa e 162,30% do CDI. “E com um detalhe: com um terço da volatilidade da Bolsa. Isso mostra que os fundos imobiliários são uma classe de maior resiliência, maior estabilidade e que tendem a performar em ciclos longos melhor do que qualquer outra classe”, acrescentou.

Vitor Bidetti falou ainda das mudanças na composição do IFIX do final de 2018 para cá, com escritórios e shoppings perdendo espaço com o isolamento social, enquanto os fundos de CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e híbridos, dobraram de tamanho. “Mas escritórios e shoppings tendem a performar bem daqui para frente. E a maior participação dos fundos de papel e dos fundos de CRI veio para ficar. Os fundos de CRI são os que mais se aproximam de uma renda fixa, são normalmente indexados a índices de preços e então são hedge natural contra inflação”, disse. “Esses fundos, em sua maioria, estão ainda bastante descontados”, reforçou.

Fundos de crédito privado em alta

Já Marcos Iorio, gestor da Integral Investimentos, avalia que o momento é favorável também para os fundos de crédito privado, já que as taxas de juros elevadas favorecem os investimentos pós-fixados: “Comparando com antes da pandemia, esse mercado está muito mais saudável, com emissores e players diferentes e prêmios maiores”.

Segundo a Anbima, entre dezembro de 2019 e junho de 2022, o estoque de debêntures cresceu 130%, a R$ 1,557 trilhão. “E foi um crescimento de muita qualidade. O número de ativos avançou de 52%, para 2.276 em junho, e com mais emissores, o que permite uma carteira mais diversificada”.

No mesmo período, o volume de emissões no mercado primário cresceu 80%, chegando a R$ 22,3 bilhões em junho. Já as emissões no mercado secundário atingiram R$ 26 bilhões no mês passado, aumento de 42% em relação a dezembro de 2019.

Iorio ressaltou que em 2019 a rentabilidade foi menor devido em grande parte às taxas de spreads nas carteiras dos fundos. “Depois de uma reprecificação pós-pandemia, o mercado exige mais prêmio para entrar em papéis de crédito privado. Em dezembro de 2019, a taxa média primária era de CDI mais 1,64% ao ano, e hoje vemos CDI mais 2,19%. Isso também aconteceu no secundário, que passou de CDI mais 0,97% para CDI mais 1,52%. Temos prêmios mais interessantes, que justificam investir em uma debênture de longo prazo via fundos de investimento de crédito”.



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