29/07/2022 às 16h47min - Atualizada em 31/07/2022 às 00h00min

Mais de 40% dos adultos brasileiros possuem conta em bancos digitais

Segundo pesquisa de uma consultoria em investimentos financeiros, a adesão aos serviços bancários digitais aumentou 10,7% em relação a 2021. O sucesso das instituições financeiras – também chamadas de Fintechs – tem alavancado o setor de tecnologia. Especialista da área explica o que fazer para profissionais de tecnologia da informação que querem entrar nesse mercado.

DINO


Os serviços financeiros digitais têm atraído cada vez mais brasileiros. Pesquisa global da Finder, consultoria em investimentos, mostrou que 42,7% dos adultos do país já possuem uma conta em banco digital. O número é 10,7% maior do que o registrado no ano passado. Segundo as estimativas do setor, o número de usuários de serviços financeiros digitais deve atingir pico acima de 55% em 2027.

O movimento acelerado de adesão às novas instituições bancárias e financeiras criadas em meio ao boom tecnológico dos últimos anos tem aquecido o mercado de serviços digitais. Somente em 2022, o número de Fintechs – como são chamadas as empresas financeiras que têm seus processos todos baseados em tecnologia – saltou para 1.289, segundo pesquisa da consultoria para negócios Distrito. Em 2015, esse número era um pouco maior que 300.

Na esteira do sucesso dos serviços das Fintechs – onde estão incluídos bancos, serviços de crédito, de investimento, de controle financeiro, de pagamento, de crowdfunding e até de Bitcoins – se abrem oportunidades para profissionais da área de Tecnologia da Informação. O setor, que recebeu US$ 1,12 bilhão de investimentos apenas nos três primeiros meses de 2022, abriga um mercado de trabalho em alta.

De acordo com o especialista em Engenharia de Software, Alan Mercurys de Oliveira, existe um crescimento de vagas de tecnologia abertas no país, com demanda de diversos profissionais como engenheiros e desenvolvedores de softwares, analistas de testes de qualidade e analistas de negócio. “Estas vagas, por mais que sejam competitivas, demandam profissionais altamente capacitados, os quais são muito disputados no mercado de trabalho e tendem a ter uma rotatividade pelas empresas, trabalhando em desafios e projetos específicos”, informa.

E essa busca por profissionais não se restringe aos bancos digitais e serviços financeiros. Para não ficarem para trás nessa era tecnológica, os bancos tradicionais também estão se modernizando. Oliveira comenta que modelos tradicionais de serviços financeiros precisaram passar pela transformação digital não só em relação à tecnologia, mas também modernizando seus processos.

“Hoje essas empresas adotam diversas metodologias ágeis com o objetivo de diminuir o time-to-market, que é o tempo necessário desde a concepção do produto até a entrega da solução para o cliente. E utilizam tecnologias de ponta que as permitem arquitetar e desenvolver os sistemas de forma que sejam altamente disponíveis, performáticos e resilientes”, diz ele, que tem nove anos de experiência na área de Tecnologia da Informação.

Para dar conta de atuar nesse mercado, os profissionais precisam estar cientes de que os desafios são grandes, apesar da demanda cada vez maior. “Os profissionais de tecnologia que almejam trabalhar nesta indústria precisam estar cientes de que os desafios são proporcionais à demanda do mercado. Precisam adquirir diversos conhecimentos técnicos, como computação em nuvem, sistemas distribuídos e engenharia de software. E também comportamentais, como análise crítica, inovação, comunicação, liderança e produtividade. Não é uma jornada fácil, porém é amplamente satisfatória quando podemos visualizar o nosso trabalho melhorando a vida de milhões de pessoas”, atesta Alan de Oliveira.

Brasil é o país que mais aumentou o número de clientes de bancos digitais

A pesquisa da Finder sobre os usuários de bancos e serviços financeiros digitais mostrou que o Brasil, em 2022, foi o país que mais aumentou o número de clientes que aderem a essa modalidade de serviço. Depois vem a Índia (com 26,3%), Irlanda (21,8%), Cingapura (21,2%), Hong Kong (19,7%), Emirados Árabes Unidos (18,8%), México (17,4%), Espanha (16,8%) e África do Sul (14,8%).

Na outra ponta, entre os países que menos usam esse tipo de serviço estão os Estados Unidos, com 7,5% de usuários. Depois vem Filipinas (12,8%), Malásia (13,1%), Portugal (14,2%) e Alemanha (14,4%) entre os países onde a população ainda não viu ou conhece as vantagens nos serviços financeiros digitais.

Outro dado mostrado pela pesquisa é que a maior parte dos clientes brasileiros de bancos digitais é do gênero masculino. Pelo menos 45,8% dos entrevistados que afirmaram utilizar o serviço são homens, contra 39,9% de clientes mulheres. Em relação à faixa etária, pessoas de 25 a 34 anos são mais propensas a utilizar contas bancárias online. Pelo menos 55,3% desse grupo afirmou já utilizar algum serviço.

E por que os brasileiros têm forte adesão aos bancos digitais?

De acordo com uma pesquisa realizada pela Fiserv, que atua no processamento de transações com cartões – a possibilidade de interação por celular ou computador é a principal razão de escolha de uma instituição financeira. Pelo menos 28% dos entrevistados na pesquisa citaram esse motivo. Em segundo, com 18%, vem a não cobrança de tarifas ou baixas taxas de serviço.

Além disso, 70% dos entrevistados afirmaram que mudariam de instituição se não pudessem contar com boa interação via computador ou celular, o que revela uma preferência por processos menos burocráticos, mais autônomos e mais baratos.

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