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22/08/2022 às 18h18min - Atualizada em 24/08/2022 às 00h19min

Fora da curva: Por que estrangeiros estão apostando no mercado brasileiro?

Na contramão da crise global causada pela alta dos juros, empresas e empreendedores de fora contam os motivos de continuarem investindo no país

SALA DA NOTÍCIA VCRP
Divulgação/Pixabay

Enquanto o mercado de inovação sente a alta dos juros que vem gerando milhares de demissões em consequência dos conflitos na Europa, resquícios econômicos da pandemia, entre outras razões, algumas empresas internacionais e até mesmo empresários estrangeiros estão enxergando oportunidades para continuar se sobressaindo em diversos segmentos no Brasil. Quais estratégias estão abordando para conter essa desaceleração que muitas startups estão sofrendo? Quais os motivos que tornam o país atrativo para esses empreendedores manterem seus negócios aquecidos? 

Apesar dos desafios atuais no mercado, além de um conjunto de regulamentações rigorosas, Brad Liebmann, empreendedor americano e CEO do alt.bank, fintech brasileira focada em levar justiça financeira por meio de práticas justas, está confiante entrando na concorrência dos bancos digitais brasileiros. “Apesar do mercado ter mudado, mantemos um ritmo de contratação. O segredo é um bom planejamento, por isso, temos dinheiro e não vamos sair da concorrência, muito menos dar um passo maior do que podemos. Nos últimos seis trimestres nossa média de contratações tem sido de duas pessoas por mês. Atualmente contamos com 113 colaboradores”, comenta o empreendedor. “Apostamos em oferecer aos usuários mais controle das operações de crédito e débito. Chegamos em 2019, e este mês lançamos o cartão de crédito no Brasil. A lista de espera para o cartão de crédito era de cerca de 200 mil usuários até semana passada, crescendo cerca de 1.400 por dia, segundo a empresa”, complementa.

Ao mudar de segmento, também é notado um movimento. A liberação da telemedicina - impulsionada pela pandemia - e o potencial do mercado de beleza brasileiro, o quarto maior do mundo, perdendo apenas  para os Estados Unidos, China e Japão, motivou a vinda da alemã FORMEL Skin ao Brasil. Já um sucesso na Alemanha e Suíça, a health tech decidiu aterrissar no Brasil após receber o investimento de 30 milhões de euros na maior série A da Europa. “Os brasileiros são muito focados em saúde e beleza, e lançar a nossa marca aqui é estratégico, não apenas do ponto de vista dos negócios, como também no que diz respeito à saúde de modo geral”, explica a médica Sarah Bechstein, dermatologista e co-fundadora da FORMEL Skin. A marca oferece planos que incluem consultas dermatológicas via telemedicina com envio de produtos personalizados, além de acompanhamento virtual, a partir de R$147 por mês com cobertura em todo o país. Em processo de expansão, a FORMEL SKIN também oferece oportunidades de emprego para formar a equipe no Brasil.

Ainda há aqueles que estão inovando as vendas em moda e trazendo para o Brasil tendências que são sucesso no exterior, Samuel Negrão, cidadão americano nascido no Brasil, após passar três anos trabalhando na Rakuten Japão, uma das maiores plataformas de e-commerce do mundo, tinha interesse em voltar para ao país natal para abrir algo no setor usando o conhecimento adquirido na Ásia. Com interesses em comum com Amanda Martins, que fez parte do time que lançou a Uber, Hai Habot,  ex-executivo de tecnologia do Walmart, Ebay e mentor do Google Global Startup Accelerator e Oksana Semenov  eBay e AOL, fundaram a Livela“O Brasil é o segundo no ranking de países que passam mais tempo nas redes sociais. Além disso, de acordo com o Video Marketing Statistics 2022, 60% dos consumidores são mais propensos a comprar, se assistem um video demonstrativo do produto”, comenta Samuel Negrão, co-fundador da Livela.  

O time chamou a atenção da Sukhinder Singh Cassidy, renomada alta executiva do Vale do Silício, que aposta no sucesso do negócio  e realizou o investimento anjo na empresa. A plataforma propõe digitalizar a chamada "compra por descoberta" no Brasil, por meio de conteúdos relevantes e curadoria de produtos minuciosa feita por especialistas. Esse modelo de negócio - que já é sucesso nos Estados Unidos e China - vem impactando milhões de clientes ao redor do mundo, gerando bilhões de dólares por ano  e criando alguns novos unicórnios. 

Apesar de ter menos de seis meses, a empresa vem apresentando crescimento acelerado, de acordo com empresário. “Quando lançamos o produto fazíamos uma live por semana. Após dois meses, já contamos com cinco lives por semana, algo inédito nesse segmento. Continuamos trabalhando para duplicar essa frequência. A nossa expectativa é tornar a Livela a maior plataforma digital focada em conteúdo e compras por descoberta no Brasil”.

Recém chegada ao Brasil e avaliada em US$ 780 milhões (mais de R$ 4 bilhões), a CM.com, empresa holandesa líder em comércio conversacional (ConvComm), iniciou sua operação em fevereiro deste ano. Desde o início da pandemia, os usuários descobriram a praticidade de realizar todo tipo de compra no ecossistema digital e esse hábito está cada vez mais se consolidando entre os brasileiros. Neste cenário, a empresa possui o papel de conscientizar as empresas e os empreendedores sobre a importância do comércio conversacional e da melhoria no atendimento ao cliente. "A CM.com chega como uma forte aliada para criar interações relevantes e personalizadas durante toda a jornada do cliente baseado no comportamento do consumidor no ambiente digital. A cada interação com o cliente, os dados ficam mais completos e as mensagens mais assertivas e personalizadas. Essa troca pode ser feita por meio do canal de mensagens favorito como WhatsApp, Instagram, Google Business Messages, Apple Messages for Business, Facebook Messenger, Telegram, Twitter e SMS", explica Ronald Bragarbyk, country manager da empresa.


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