28/11/2022 às 20h49min - Atualizada em 29/11/2022 às 00h04min

PAINEL 2022 destaca os avanços no setor de infraestrutura e os desafios do país

A abertura da edição de 2022 do PAINEL contou com a presença do ex-ministro Bento Albuquerque

SALA DA NOTÍCIA Raiane Wentz
https://institutobesc.org/
Raquel Paternostro
Na última semana, o Instituto Besc realizou a edição de 2022 do Pacto pela Infraestrutura Nacional e Eficiência Logística (PAINEL). O simpósio com dois dias de duração reuniu nomes da iniciativa pública, privada e da academia. O objetivo do seminário é apresentar soluções, debater inovações e os principais desafios da infraestrutura para o desenvolvimento da logística no Brasil.
 
A edição de 2022 aconteceu na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília. Durante a cerimônia de abertura, a presidente do Instituto Besc, Jussara Ribeiro, fez um breve discurso. Na oportunidade, ela deu as boas-vindas e agradeceu a participação do público presente e online, dos patrocinadores, autoridades e palestrantes, “meu maior desejo é que as apresentações que teremos nesses dois dias de seminário sejam muito proveitosas para todos e para o bem do nosso país”, disse.
 
Na sequência, o diretor-geral substituto da ANTT, Guilherme Sampaio, falou brevemente e elogiou o trabalho realizado pela gestão do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele ainda destacou a importância do evento, que coloca os players do setor no mesmo espaço, e graças a esse grupo, o país conseguiu importantes avanços.
 
Durante a abertura aconteceu a entrega dos Troféu PAINEL 2022 aos vencedores. 
  • Empreendimento Privado: Centro Portuário São Mateus (CPSM) – PetroCity Portos
  • Empreendimento Público: Ferrovia de integração Centro Oeste (Fico) – Infra S.A.
  • Inovação: Locomotiva Elétrica FLXdrive – Wabtec Corporation
  • Instituição Financeira: BNB – Banco do Norteste do Brasil
  • Personalidade: Julian Thomas
 
Sessão 01
 
Os debates foram abertos com o tema “Infraestrutura para uma Logística de Classe Mundial”. O mediador da mesa foi Julian Thomas, ex-presidente do Grupo Maersk e presidente de honra do PAINEL 2022. Na ocasião, Thomas destacou que "adoraria ver o Brasil se tornar o grande fornecedor de energia para o mundo". 
 
O primeiro palestrante da sessão foi o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, que falou sobre “A Participação de Armadores nos Investimentos e Concessões de Terminais Portuários”. Ele começou dizendo que o debate sobre infraestrutura era propício pelo momento que o de transição política vivido pelo país. 
 
“A infraestrutura necessita de um pacto para ser tratada como uma política de estado e não de governo”, Nery ainda acrescentou, a “infraestrutura tem prioridades de ordem técnica que ela independe do governo da vez”. 
 
Em dois anos à frente da agência, Nery seguiu destacando os avanços conquistados pela Antaq, em especial no planejamento do setor e espera que a boa governança na infraestrutura siga nos próximos anos, “isso requer nomes técnicos, qualificados para operar os setores que executam as políticas públicas”, disse.
 
Em seguida, Patricio Junior, diretor de Investimento em Terminais no Terminal Investment Limited (TIL), empresa que tem investimentos em todo o mundo, teve a palavra durante o evento e falou sobre o “Setor Portuário Brasileiro - Na visão do Investidor de Terminais de Contêineres”.  
 
Patricio Junior começou com um pedido: “todo porto precisa de estrada, mas nem toda estrada precisa de porto, então, o meu pedido é nunca faça só uma mão para ir e outra para voltar, vamos investir mais e no futuro, vamos fazer duas mãos para ir e duas para voltar”, e acrescentou, “acho que estou no lugar certo para pedir mais estradas”, lembrando que o PAINEL 2022 aconteceu na sede da ANTT. 
 
O executivo seguiu explicando a estrutura da TIL e nos últimos dez anos, a empresa investiu mais de US$ 3,5 bilhões na América Latina e prevê, nos próximos cinco anos, investir mais de US$ 5 bilhões. Deverão ser destinados US$ 2 bilhões para o Brasil e ele espera que o país tenha uma política de abertura dos portos.
 
Falando sobre o cenário global, em que os americanos representam os maiores consumidores e o Brasil, o maior produtor, Patricio Junior disse “nós não podemos perder a chance de ser um país onde as pessoas queiram investir”. O executivo ainda destacou a importância da segurança jurídica, além de clareza e regras simples para impulsionar negócios e atrair mais investidores.
 
O diretor da TIL afirmou que após a participação no PAINEL 2022, ele iria se reunir com com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para apresentar os planos e expectativas para o investidor estrangeiro, que ele representa. Patricio Junior ainda afirmou que deseja a continuidade nas melhorias já alcançadas pelo país no setor de infraestrutura em logística.
 
O terceiro a se apresentar na sessão 01 foi Fernando Portella, conselheiro do Instituto de Engenharia de São Paulo. Ele falou sobre: “Agregando Valor na Logística por meio da Mobilidade nos Grandes Centros Urbanos Mundiais”.
 
Ao explicar a relação entre mobilidade urbana e logística, Portella explicou que os dois conceitos apresentam semelhanças, pois tratam do deslocamento de um ponto a outro, no menor tempo possível, sendo capaz de otimizar tempo e custos.
 
Logo depois o palestrante tratou dos entraves que impactam na vida das pessoas, como o grande número de carros e habitantes, as condições inadequadas das vias e a falta de um plano de mobilidade urbana, que seria responsável por traçar vias alternativas. Todos esses problemas, de acordo com Portella, impactam na qualidade de vida das pessoas e no preço das mercadorias.    
 
Mesmo com o Plano de Mobilidade, instrumento que garantiria a existência de um planejamento e gestão da mobilidade urbana nas cidades, o Brasil convive com problemas históricos de urbanização, a ausência de um planejamento integrado urbano e a falta de uma governança metropolitana. 
 
Como possíveis soluções, o palestrante afirma que é necessário a implementação de políticas públicas de ocupação urbana e vias alternativas; implementar a governança metropolitana; implementar um sistema de inteligência de transporte, um software em que todas as utilidades públicas de transporte estejam integrados e aplicar inovação em sistema de planejamento de gestão de frotas. 
 
José Reinaldo Tavares, secretário de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos do Estado do Maranhão, encerrou a primeira sessão e falou sobre “A Presença do Maranhão na Logística Internacional da Rota da Seda Marítima da China”. 
 
Tavares já esteve à frente do Ministério dos Transportes e destacou a realização da ferrovia Norte-Sul, um eixo importante para a economia nacional. Ele lembrou da pressão dos ‘caminhões’, que acreditaram que iriam perder mercado com a chegada do trem e apostaram no fracasso da ferrovia. “Hoje já não existem polêmicas, todos querem se ligar à Ferrovia Norte-Sul”, disse. 
 
Lembrando de Eliezer Batista, engenheiro que criou a logística da Companhia Vale do Rio Doce, José Reinaldo Tavares disse: “a logística não é apenas custo é também receita, afirmava ele”, na sequência, ele contou que a Vale tinha o desafio, não de realizar a mineração, mas de entregar o produto para países em todo mundo, e por isso foi preciso estudar quais navios seriam adequados para realizar o transporte de forma economicamente viável.
 
Ao encontrar uma solução para a exportação de minério para o Japão, Eliezer Batista, de acordo com o ex-ministro dos Transportes, realizou a maior revolução do transporte marítimo mundial. Assim, a combinação entre ferrovia e porto fizeram da Vale uma das maiores mineradoras do mundo, provando a teoria de Batista, que afirmava que logística é receita.
 
Por outro lado, o agronegócio ainda não conseguiu resolver o problema da exportação de grãos, “principalmente em termos de receita para os produtores que precisam reduzir seus custos dentro de uma realidade que já é vivida por eles. Os navios que transportam os granéis agrícolas estão crescendo e os terminais terão de ser cada vez mais profundos”, disse Tavares.   
 
Sessão 02
 
A segunda sessão do Painel teve o tema “A Evolução da Infraestrutura na Logística” . A mediação foi feita por André Dabus, diretor de Infraestrutura da Marsh.
 
Apresentando o tema “Oportunidades em Infraestrutura Logística no Norte e Nordeste do Brasil”. Gustavo Cota, diretor de Ferrovias da Bamin, apresentou a situação atual da malha férrea no Brasil, destacou que além de poucas, temos muitas ferrovias sucateadas e necessitando de melhorias.
 
Camila Maciel, coordenadora de Segurança Viária da Laboratório de Transportes e Logística, ministrou a palestra “Avaliação da Segurança Viária com o Uso da Metodologia IRAP”, que vem do inglês International Road Assessment Programme, que visa reduzir o número de mortos e feridos no trânsito através da implementação de vias mais seguras."É preciso impedir que os sinistros ocorram e não contabilizar o número de mortos depois." Declarou Maciel.
 
O diretor da FGV transportes, Marcus Quintella, falou sobre os “Problemas e Desafios da Infraestrutura Brasileira de Transportes”. Ele defendeu a multimodalidade no transporte de cargas e passageiros, para que o país de fato se desenvolva.
 
Thiago Péra, coordenador geral da ESALQ LOG, enfatizou que o diferente nível no desenvolvimento da produção do agronegócio, com a logística brasileira. "A nossa infraestrutura tem que crescer mais do que a nossa produção para que possamos desenvolver", disse o pesquisador na palestra “Os Desafios da Infraestrutura Logística para o Agronegócio Brasileiro”.
 
Sessão 03
 
Com a mediação de Vicente Abate, presidente da ABIFER, a sessão 03 debateu o “Futuro do Sistema Ferroviário”.
 
Abrindo a sessão, o diretor executivo do Movimento Pró Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz, fez uma apresentação sobre “Autorizações Ferroviárias e o Impacto sobre o Agronegócio”. O palestrante começou lembrando que o Brasil é o país que paga o maior valor por frete, e isso ocorre pela dependência das rodovias.
 
O palestrante explicou que o país vive um aumento das safras de milho e soja, e como consequência, um crescimento no desafio da logística no transporte dessas cargas. Vaz ainda exemplificou que se uma carga sair de Sorriso, Brasil, para a China, o custo seria de US$ 159, em comparação, o custo na Argentina, saindo da cidade de Córdoba para o país asiatico, variaria de US$ 83 a US$ 100.
 
O executivo ainda tratou sobre os corredores logísticos e mostrou quais são as rotas de escoamento possíveis para a produção do estado do Mato Grosso. Vale destacar que o país dispõe já das opções hidro e ferroviárias, além das rodovias. Sendo que em MT há um encontro entre as três ferrovias, o ferrogrão, FICO e ferronorte, e esse acontecimento geraria uma redução de custo no transporte.
 
Fernando Cabral, diretor da Multimodal Caravelas apresentou na sua palestra a “Multimodal Caravelas”, um porto integrado com ferrovia no sul da Bahia que promete trazer muito desenvolvimento e escoamento da produção. Logo depois, voltou no tempo e falou da história do país quando houve a tentativa da construção das ferrovias, que foram desmanteladas a partir das décadas de 1960, segundo o palestrante.
 
Os investimentos na estrada de ferro Bahia e Minas para o Porto de Caravelas deverá beneficiar os dois estados ao combinar o transporte ferroviário, hidroviário e com a construção de um aeroporto nas proximidades, sendo assim, multimodal. O projeto tem apoio federal e da iniciativa privada, a intenção é levar inovação e facilidade para o sul da Bahia, norte de Minas Gerais e Espírito Santo. O surgimento de uma nova Zona de Exportação (ZPE) favorece novos negócios e empregos na região.
 
Dando continuidade no debate da Sessão 03, o superintendente de Ferrovias da ANTT, Ismael Trinks apresentou, de forma sucinta, a visão da agência quanto ao futuro do sistema ferroviário no país, durante a sua palestra “Autorizações Ferroviárias: Desafios e Oportunidades” . 
 
Segundo Trinks, as novas concessões; os investimentos cruzados, que surgiram como uma inovação; as autorizações e outras inovações normativas contribuirão positivamente para o aumento da malha ferroviária.
 
Com o aumento da malha, Ismael Trinks acredita que novas vagas de emprego serão geradas e assim, será necessário investir na formação de novos profissionais. Outros pontos importantes são: o aumento do transporte de cargas, o crescimento da demanda por licenças ambientais no Ibama, demanda por tecnologia e maior aproveitamento de trechos ferroviários sem operação. 
 
“Logística Assertiva” foi o assunto abordado por José Roberto Barbosa, diretor-presidente da PetroCity Portos S.A. O palestrante apresentou o projeto multimodal do terminal de uso privativo (TUP) de Urussuquara, localizado no norte do Espírito Santo, que terá, por exemplo, espaços para a produção de energia, com uma termoelétrica e energia fotovoltaica, além de uma base da Marinha do Brasil.  
 
A última palestra da sessão foi “O Impacto do Transporte Ferroviário no Futuro da Logística e Transportes” com Leandro Silva, superintendente de Planejamento e Estudos de Transportes da Infra S.A.. O executivo aproveitou para apresentar a Infra, empresa que resulta da fusão de duas estatais, a Valec e a EPL. 
 
A nova estatal soma responsabilidades, atribuições e realiza estudos para verificar impactos dentro das redes de transporte. O superintendente ainda destacou que o trabalho atual coloca o foco como prioridade.
 
Sessão 04
 
Abrindo o segundo dia do PAINEL 2022, a sessão 04 teve como tema: “Transição Energética e Combustíveis do Futuro”. O mediador escolhido foi o Almirante de Esquadra, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
 
“O panorama atual de uso de energia (é sempre bom mostrar como a matriz brasileira é limpa) e as perspectivas sob o ponto de vista do Governo” foi o assunto abordado por Giovani Machado, diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da EPE. Segundo o palestrante, o país se encontra em uma posição privilegiada no que ele chamou de quarta transição energética na história. O setor elétrico brasileiro é renovável e de baixo carbono, e isso se dá pela matriz energética utilizar mais as hidrelétricas e não às termoelétricas como é o caso de países europeus ou dos Estados Unidos.
 
Com relação ao Programa Nacional do Hidrogênio, Machado contou que há um trabalho para realizar uma consulta pública sobre o novo combustível, que ele acredita que terá um papel importante na transição energética, especialmente, para setores de difícil abatimento energético.
 
Citando a fala de John Kerry na COP27, o palestrante lembrou que a energia nuclear voltará a ser uma opção importante para a transição energética, que deve ser entendida como um processo com desafios e oportunidades já presentes.
 
Sidnei Guimarães, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Aggreko, apresentou o “Uso de biocombustíveis para geração de energia (Biogás, Gás de Aterro, Óleos Vegetais, Biodiesel, HVO…)”.
 
O executivo começou apresentando a empresa e exemplificou as ações já realizadas. Para ele, o Brasil precisa pensar em alternativas para assegurar a segurança energética e ainda voltadas aos cuidados com o meio-ambiente.
 
Guimarães trouxe o exemplo da Argentina, o país hoje planta milho para a produção de energia. Esse poderia ser um modelo para inspirar o Brasil a ampliar o uso do biocombustível. 
 
Encerrando a primeira sessão do segundo dia do PAINEL 2022, Leonardo Silva, coordenador de Novas Tecnologias da Copa Energia, apresentou o seguinte assunto: “Transição Energética e Combustíveis do Futuro”.
 
O palestrante fez críticas com relação a restrições do uso do GLP, que acabam limitando a utilização dessa fonte de energia. Ainda de acordo com a fala do executivo, o GLP é uma fonte de energia enlatada e isso facilita o transporte e a utilização, uma vez que não precisa de grandes investimentos na infraestrutura.
 
Silva aposta no GLP como uma alternativa no processo de transição energética e ainda citou que a Copa Energia está desenvolvendo em parceria com a USP o bioGLP.
 
Sessão 05
 
Com a mediação de Fabrizzio Gaspar, doutorando na UNILA, quatro convidados falaram a partir do tema central: “ESG na Infraestrutura e Logística Brasileiras”.
 
Adalberto Febeliano, vice-presidente da Modern Logistics, foi o primeiro palestrante da sessão e começou explicando o conceito de sustentabilidade, a partir dele, foi possível chegar no ESG.
 
A sustentabilidade, segundo o executivo, é atender às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades do futuro. No entanto, não basta só olhar para questões ambientais e econômicas, Viveiros defendeu a valorização da cultura e exemplificou com o dilema da cervejaria, patrocinadora da Copa Mundo, que está tendo que lidar com as sanções do Catar, um país muçulmano.
 
O conceito ESG (Meio-ambiente, Social, Governança) é a harmonia entre estratégias e ações gerenciais cotidianas. “A maneira que são construídos os resultados é tão importante quanto os resultados que você entrega”.
 
Com isso, as empresas passaram a observar outros indicadores. No caso do meio-ambiente, qual é o gasto de água ou de energia da empresa. Para o social: a valorização dos colaboradores, ações voltadas para diversidade ou combate a qualquer tipo de assédio. A governança pode ser medida por ações de combate à corrupção, a responsabilidade fiscal ou a existência e funcionamento de canais de denúncia.
 
Em sequência, o gerente de Relações Institucionais da Wilson Sons, Claudio Viveiros, falou sobre a importância do ‘S’ nas organizações. A empresa tem um programa de voluntariado chamado de Criando Laços. O projeto surgiu há mais de 20 anos e o intuito é fomentar e apoiar ações voluntárias nos ativos da Wilson Sons em todo o país.’
 
“Não existe negócio saudável e sociedade doente”, disse Viveiros que defendeu a colaboração para que as questões sociais no país possam encontrar soluções.
 
O programa trouxe inúmeros benefícios e a empresa entende que o voluntariado também é uma forma de treinamento de lideranças, afinal, é preciso criatividade e eficiência para solucionar as diversas demandas que chegam pelo projeto. Além da importância de saber trabalhar em equipe e desenvolver outras capacidades.
 
A partir da experiência do Criando Laços surgiu a rede CBVE, que conta com a participação de empresas de porte nacional, confederações, institutos, e fundações empresariais. A intenção da rede é atuar para a promoção e desenvolvimento do voluntariado dentro e fora do país, proporcionando assim, um espaço de construção coletiva e diálogo entre os associados.
 
Seguindo a programação, Lilian Cardoso, secretária executiva adjunta da Pátria Voluntária, falou sobre a experiência do Pátria Voluntária, em projetos que contaram com a participação do Instituto Besc e outros parceiros.
 
O programa foi criado pelo Governo Federal e tem a missão de estimular a participação de mais brasileiros em ações voluntárias, auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade e articular doações e investimentos sociais privados, visando apoiar os ministérios com políticas públicas com impacto social.
 
Carlos Henrique Ribeiro, diretor de Operações dos Correios, encerrou a sessão 05, e apresentou as iniciativas práticas ESG dentro da empresa pública. Entre as ações elencadas pelo executivo estão: a operação FNDE, que garantiu a entrega de 135 milhões de livros didáticos e a operação Enem, que entregou 6,8 milhões de provas em todo o país.
 
A presidente do Instituto Besc, Jussara Ribeiro pediu a palavra e lembrou da grande campanha que o IBesc articulou com o programa Pátria Voluntária e dos parceiros da instituição, e patrocinadores do Frotas & Fretes Verdes e do PAINEL, que conseguiram transportar 250 toneladas de doações durante as tragédias causadas pelas fortes chuvas na Bahia e Minas Gerais. 
 
Sessão 06
 
A última sessão do PAINEL 2022 teve como tema central: “Investimentos na Cabotagem e Hidrovias” e o mediador escolhido foi Marcelo Perrupato, da Magna Participações.
 
As “Perspectivas de investimento e crescimento da cabotagem” foram abordadas por Luís Resano, diretor-executivo da ABAC, associação que congrega as empresas brasileiras de navegação devidamente autorizadas a operar na navegação de cabotagem e longo curso.
 
O setor ainda carece de expansão da frota e o país, segundo o diretor, poderia ocupar mais espaços e realizar o frete marítimo internacional, afinal, são poucos os navios que carregam a bandeira brasileira.
 
Nos últimos dez anos houve um crescimento importante no transporte marítimo. O setor também é responsável pelo transporte interno do agronegócio dentro do país, por exemplo, do porto de Suape para Santos.
 
Com a seca e rios assoreados, o Brasil corre o risco de ter uma redução no uso do transporte de cabotagem neste segundo semestre de 2022. Resano destaca a importância dos investimentos em infraestrutura para que os rios brasileiros possam ser ou se tornar navegáveis. 
 
Dentro do tema, Dino Batista, diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias do Ministério da Infraestrutura, apresentou as “Perspectivas para a navegação doméstica”. E ele trouxe uma questão: “o que queremos para a navegação brasileira?”
 
Batista citou a regra americana de como funciona a navegação nos Estados Unidos, uma solução para normatizar navios e barcos que podem navegar em território americano. Isso ocorre porque a navegação é um ativo estratégico para os países, e esse debate deveria acontecer no Brasil.
 
O Governo Federal, como explica Dino Batista, ainda não criou o decreto para oficializar o programa “BR no Mar” que seria um marco importante para o setor, que poderia viabilizar incentivos e o desembarque de investimentos privados para o setor hidroviário.

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