Educação de São Paulo discute Direitos Humanos com alunos

Com o aumento significativo das ocorrências de violência no ambiente escolar, os atores do cenário educacional do estado de São Paulo – atentos a essa lamentável realidade – resolveram intensificar e aprofundar o debate com os alunos. Exemplo disso é a iniciativa da Escola Técnica Bento Quirino, situada em Campinas, interior do estado.  
 
Dirigida pelo Prof. Luis Eduardo Gonzalez, A ETEC Bento Quirino é uma escola que abraça a cidade de Campinas. Além de sua sede, grandiosamente localizada em uma das mais importantes vias da cidade, a escola vem atendendo alunos em mais três outras unidades dentro da cidade, com grande número de vagas ofertando educação pública, gratuita e de qualidade a milhares de jovens, há mais de 100 anos. Prova disso é o destaque da escola nos últimos anos, com projetos e alunos premiados na FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (etapa Brasil), Olimpíadas do Saber, além de ter sido posicionada no Top Five no Prêmio Benchmarking Brasil.
 
Demonstrando sua preocupação com o bem-estar dos alunos, a escola paulista promoveu hoje uma palestra com o Prof. Dr. Marcelo Henrique, especialista internacionalmente reconhecido em Direitos Humanos. O acadêmico é Mestre, Doutor e PhD em Direito Humanitário, atualmente com linha de pesquisa dentro do Instituto Britânico de Direitos Humanos (Universidade de Londres) e editor-chefe do periódico eletrônico intelectualidade.online. Em formato de bate-papo virtual, centenas de alunos – dentro de suas respectivas salas de aula – puderam ouvir as reflexões do professor na palestra intitulada “Direitos Humanos e Educação: perspectivas e desafios em 2023.” De forma leve e descontraída, diversos temas sensíveis foram abordados, tais como bullying, jogos violentos, inclusão e exclusão dentro do ambiente escolar, bem como o verdadeiro conceito de Direitos Humanos, passando pelo respeito à dignidade da pessoa humana.
 
No final do evento, o diretor da ETEC anunciou a criação de um núcleo interno de escuta humanizada, destinado a ouvir de forma fraterna e atenta toda e qualquer reclamação, ou pedido de ajuda vinda de algum dos membros da comunidade escolar. Gonzales reconheceu a importância da promoção de temas humanitários na escola e enxerga neste núcleo uma importante ferramenta de promoção do diálogo e, também, de combate a práticas nefastas e desrespeitosas que possam acontecer entre os alunos.  
 
Neste momento em que o país se vê aflito com os crescentes casos de violência invadindo o ambiente escolar, a ideia de aprofundar o debate e levar aos alunos uma reflexão mais profunda, sobretudo à luz dos Direitos Humanos, parece uma forma eficaz de discutir a causa dos atuais fenômenos e, de alguma forma, atuar de forma preventiva, protegendo o corpo discente e toda a comunidade de tragédias como vem acontecendo. Tudo isso sempre debatido de forma acolhedora, deixando os alunos à vontade para comentar e tirar suas dúvidas.