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25/10/2022 às 15h37min - Atualizada em 26/10/2022 às 00h06min

Edição de outubro da Casa Vogue faz homenagem ao designer Issey Miyake

Miyake buscava inspiração e recursos em campos como o mobiliário e a arquitetura. O estilista partiu em agosto, deixando um legado que não se limita aos domínios da moda

SALA DA NOTÍCIA Da Redação
Issey Miyake fotografado por Sarah Moon em 1993
Conectando o mundo da moda ao da arquitetura, a edição de outubro de Casa Vogue traz uma homenagem ao designer Issey Miyake, falecido aos 84 anos em agosto deste ano, conhecido por desenvolver mais de uma dúzia de linhas de moda - que inclui o icônico suéter preto de gola alta de Steve Jobs -, além bolsas, relógios e perfumes. Incansável na procura por novos materiais e tecnologias que viabilizaram roupas funcionais e democráticas – para além de incontestável beleza e inventividade -, o designer buscava inspiração e recursos em campos como o mobiliário e a arquitetura. 

“O tecido é como o veio da madeira, você não pode ir contra ele.” Mais do que uma analogia, a declaração de Miyake à revista Time em 1986 deixa transparecer o pensamento que norteava sua produção: o de um autêntico designer – cujos projetos, no caso, resultavam em roupas extraordinárias. Ele as encarava como soluções vestíveis para necessidades humanas básicas e, embora extremamente atraente, a estética impecável era sempre temperada pela função.

Tinha verdadeira obsessão por conceber vestimentas que funcionassem na vida real: práticas, leves e que não amassavam. Certa vez, afirmou que esperava “fazer peças como jeans e camisetas, que muitas pessoas possam usar livremente”.

Sua primeira formação ocorreu no departamento de design gráfico na Tama Art University, em Tóquio, no início dos anos 1960. Em seguida, trocou o Japão pela França, matriculando-se na Chambre Syndicale de la Couture Parisienne. Em Paris, trabalhou com Hubert de Givenchy e Guy Laroche, cujos estilos e abordagem haute couture estavam a anos-luz dos figurinos industriais e futuristas que viriam a surgir no Miyake Design Studio, fundado em 1970.

Seu trabalho sempre sobressaiu pela experimentação e pela inovação, seja no artigo em si, seja no uso dos materiais. O tema da tecnologia têxtil o fascinava e permeou todo o seu percurso: das inovadoras pregas prensadas a quente que deram origem à série Pleats Please em 1988 até os itens confeccionados com um único fio por meio do sistema A-POC (acrônimo de A Piece of Cloth), de 1998, o japonês ampliou os limites do tecido e de como ele se relaciona com o corpo.

O plissado, aliás, atravessa grande parte de seu portfólio, graças não só ao interesse pelo tipo de superfície como também à busca constante por um vestuário que não restringisse o movimento. Não à toa, essas ideias se puseram à prova pela primeira vez em 1991, numa colaboração com o coreógrafo William Forsythe e o Ballet Frankfurt, e então introduzidas na coleção, culminando no lançamento da marca Pleats Please dois anos depois.

Radical em sua invenção, Miyake acreditava que roupas poderiam ser de qualquer coisa, inclusive elementos duros, a exemplo da escultórica Body Series, de 1980, com matérias-primas como resinas sintéticas, vime e arame. Plastic Body, da coleção outono-inverno 1980, lançava mão de plástico reforçado com fibra e produzido em massa, enquanto Rattan Body, da primavera-verão 1982, utilizava rattan e bambu.

Outro exemplo marcante vem das luminárias dobráveis IN-EI, lançadas pela italiana Artemide em 2012: suas formas derivam dos estudos para a coleção 132 5., na qual o autor explorou o fato de que o papel amassado tende a espiralar quando dobrado ou desdobrado. O componente das luminárias é um não tecido de poliéster fabricado totalmente com garrafas PET recicladas, mas manufaturado em uma fábrica de papel usando exatamente o mesmo equipamento. Isso só deu certo porque em 2007 Miyake havia estruturado o Reality Lab, braço do estúdio dedicado a testar sua visão do design, cuja tarefa “é transformar conceitos em realidades e experimentar ativamente até que os produtos estejam nas mãos de quem os usará”.

E é justamente por essa mentalidade que seu legado vai muito além dos domínios da moda e seus ensinamentos continuarão a inspirar criadores de todas as áreas, como ressalta Casa Vogue em sua edição de outubro, já disponível nas bancas de todo o país.

Sobre a Casa Vogue
Casa Vogue é a revista de maior prestígio do Brasil em decoração, design, arquitetura e lifestyle. Referência máxima em comportamento e tendências, todos os meses encanta e inspira os amantes do bom viver.

 
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