Estado Mínimo: As 4 Funções Fundamentais segundo Friedman
Friedman defendia um governo limitado com apenas quatro funções essenciais:
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Quero fazer parte!1. Defesa Nacional
“Primeiro, defender o país contra inimigos estrangeiros. Eu tentei por muito tempo ver como transformar a defesa nacional em uma empresa privada, mas nunca consegui”.
- Única função que Friedman considerava verdadeiramente impossível de privatizar
- Reconhecia que custaria “duas vezes mais” do que deveria por ser governamental
2. Proteção Individual e Segurança Pública
“Uma segunda função do governo, e que ele executa muito, muito mal, é proteger o cidadão individual contra abusos e coerção de outros cidadãos, impedir que você seja agredido, assaltado na rua, que sua casa seja arrombada”.
- Sistema judicial para crimes contra pessoa e propriedade
- Friedman criticava a má execução atual por excesso de atividades governamentais
3. Definição das Regras do Jogo
“Uma terceira função do governo, uma função muito importante, é definir as regras do jogo que jogamos. O que é propriedade privada? Se um avião voa a 10.000 pés sobre sua casa, ele está violando sua propriedade privada?”.
- Estabelecimento dos direitos de propriedade e suas limitações
- Criação do arcabouço legal para funcionamento dos contratos
- Definição de padrões e medidas para o mercado funcionar
4. Sistema Judicial e Resolução de Disputas
“E, em quarto lugar, é apropriado que o governo forneça um mecanismo para julgar disputas sobre o significado dessas regras, um sistema judicial”.
- Tribunais independentes para resolver conflitos
- Enforcement dos contratos e acordos privados
- Arbitragem neutra entre partes em disputa
Friedman enfatizava que “essas são as quatro funções essenciais do governo, na minha opinião, e são as únicas funções que são essenciais”. Ele reconhecia que “pode haver algumas outras áreas” onde o governo poderia fazer mais bem que mal, mas “do ponto em que estamos agora, se pudéssemos apenas voltar nessa direção, seria maravilhoso”.
A concepção de Friedman baseia-se na premissa de que “quando o governo – em nome de boas intenções – tenta reorganizar a economia, legislar a moralidade ou proteger interesses especiais, o resultado é a ineficiência, a falta de motivação e a perda de liberdade. O governo deve ser um árbitro, não um jogador ativo”.
Por que Milton Friedman ganhou o Prêmio Nobel de Economia
Milton Friedman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1976 por três contribuições fundamentais, conforme citação oficial da Academia Sueca de Ciências:
1. Análise do Consumo – Hipótese da Renda Permanente
Friedman desenvolveu a Teoria da Hipótese da Renda Permanente (1957), revolucionando a compreensão do comportamento de consumo. Esta teoria estabelece que:
- O consumo das famílias baseia-se na renda permanente esperada, não na renda atual momentânea;
- Renda permanente é definida como o valor que uma unidade consumidora pode gastar mantendo sua riqueza intacta: yp = iW (renda permanente = taxa de juros × riqueza);
- Mudanças transitórias na renda (como bônus inesperados) tendem a ser poupadas, não gastas;
- Esta teoria explicou contradições entre dados de séries temporais e dados transversais sobre consumo.
2. História e Teoria Monetária – Monetarismo
Friedman co-escreveu com Anna Schwartz “A Monetary History of the United States, 1867–1960” (1963), obra fundamental que:
- Reinterpretou a Grande Depressão: argumentou que foi causada por falhas da política monetária do Federal Reserve, não por falhas do livre mercado;
- Estabeleceu o monetarismo: teoria que a inflação é sempre e em todos os lugares um fenômeno monetário;
- Teoria Quantitativa da Moeda: MV = PT (Oferta Monetária × Velocidade = Preços × Transações);
- Previsão da estagflação: em 1967, Friedman previu corretamente que altos desemprego e inflação poderiam coexistir, contradizendo a curva de Phillips keynesiana.
3. Complexidade da Política de Estabilização
Friedman demonstrou que políticas discricionárias de estabilização podem ser contraproducentes:
- Regra monetária constante: propôs crescimento fixo da oferta monetária (3-5% ao ano) em vez de políticas discricionárias;
- Crítica ao ativismo estatal: mostrou que intervenções governamentais frequentemente amplificam instabilidade econômica;
- Neutralidade monetária: no longo prazo, mudanças na oferta monetária afetam apenas preços, não variáveis reais.
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