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10/05/2021 às 18h53min - Atualizada em 10/05/2021 às 21h50min

A ciência para sobreviver deve ser indiferente à esquerda, à direita ou ao centrão

Ana Paula de Andrade Janz Elias (*) Flavia Sucheck Mateus da Rocha (*) Dinamara Pereira Machado (*)

SALA DA NOTÍCIA NQM
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Em diferentes épocas e contextos sociais, tecnologias foram desenvolvidas para auxiliar a população a viver de maneira mais confortável e segura no ambiente em que está inserida. Segundo o filósofo Pierre Lèvy,as tecnologias influenciam diretamente na maneira como as pessoas pensam, agem e se comunicam com seus pares.  

Já o sociólogo Betinho, com seus ensinamentos, mostrava-nos que “o novo acontece mesmo contra nossa vontade ou a de outrem. Ele irrompe para o bem e para o mal. Ele constrói, ele é vida. Quem inventar a nova política, inventará o novo mundo. Inventar é possível, mas muito difícil. Fácil é repetir, fácil é aceitar, fácil é seguir receitas, é se conformar”. 

Para exemplificar, é possível citar a invenção da roda. Uma tecnologia que levou a carros e bicicletas, que permitiu o desenvolvimento de vários tipos de engrenagens, possibilitando avanços em diferentes áreas. Você que está lendo certamente já não consegue imaginar um mundo sem os celulares e computadores. A comunicação e divulgação de informações que usufruímos agora dependem desses instrumentos. Mas, muitas vezes, eles precisam de pelo menos uma engrenagem para efetivamente funcionar. 

E qual é a relação disso tudo com o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19? A resposta é a ciência! Para desenvolver todo e qualquer tipo de tecnologia, aconteceram vários testes, pesquisas, horas de trabalho e de estudo até chegar ao produto. Com a roda foi assim, com a criação dos meios de transporte ou das engrenagens também, e com a vacina contra a Covid-19 não foi diferente. Ela foi desenvolvida a partir da necessidade de acabar com o vírus que tem assolado a população mundial. E ainda que todo o mundo tenha esperado ansiosamente, apesar de já desenvolvida, ela ainda não está acessível a todos.  

Da mesma forma, muitas outras inovações representaram uma “salvação’’ para alguns e, para outros, uma “negação” ao novo momento. Ou, ainda, suscitaram a prática do bom senso. Afinal, inventar a roda não elimina a necessidade de caminhar, só aumentou as possibilidades (e velocidade) de locomoção, por exemplo.  

Essa vacina tem causado muita controvérsia, como habitualmente acontece com as inovações, e está envolvendo questões políticas. Aqui vale uma reflexão: a população deve ser politizada, mas quando essa politização vem acima da ciência de seu tempo ela pode tornar-se um empecilho para o desenvolvimento?   

Os estudos e a produção dessa vacina foram mais rápidos do que para qualquer outra vacina já feita na comparação por dias, por meses ou por anos. Mas certamente as horas entregues a essa criação foram tão intensas quanto para qualquer outra criação nessa área. Pesquisadores e cientistas se dedicaram de maneira incansável até chegar nela, que só foi possível devido aos anos de estudos que já fazem parte de suas trajetórias profissionais. Nisso não existe política, não há “direita”, “esquerda” ou ‘’centrão’’, só a ciência configurada de foco, persistência e resiliência.  

Querer tomar determinada vacina, ou não, depende do livre arbítrio de cada um. Porém, no final do dia, todo e qualquer reflexo de ausência da vacina é responsabilidade do Estado, da Nação, e todos que pagam seus impostos, por consequência, têm de arcar com os desfortúnios dessa ausência.  
 
(*) Ana Paula de Andrade Janz Elias é mestre em Ensino de Ciências e Matemática. Docente na área de Exatas da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional UNINTER 

(*) Flavia Sucheck Mateus da Rocha é mestre em Educação de Ciências e Matemática. Docente na área de Exatas da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional UNINTER 

(*) Dinamara Pereira Machado é doutora em Educação e diretora da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional UNINTER 
 
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