12/08/2022 às 14h08min - Atualizada em 14/08/2022 às 00h52min

Simón Velez abre as portas de sua Villa em La Candelaria, Bogotá

Artífice de um sistema estrutural que tira partido do bambu Guadua, o renomado arquiteto colombiano apresenta à Casa Vogue detalhes de seu inovador método construtivo, que se espalhou pelo mundo em pavilhões, resorts e templos e, há mais de 35 anos, comprova a durabilidade do material

SALA DA NOTÍCIA Da Redação
Casa Vogue_edição agosto_foto_Francesco Dolfo/Living Inside
Vibrante e bem preservada, La Candelaria, o coração da cidade de Bogotá, é hoje um cenário incontornável em qualquer visita à capital colombiana. Situação bem diferente da que o arquiteto Simón Vélez, então estudante na Universidad de los Andes, testemunhou ao estabelecer-se ali, em 1968. A vizinhança encontrava-se esvaziada e degradada, reflexo não só da expansão urbana desenfreada – processo familiar a tantas metrópoles latino-americanas, que levou à desvalorização de seus centros – como também de um fato histórico ocorrido duas décadas antes: a série de protestos conhecida como Bogotazo, que destruiu o bairro e pôs em marcha o ciclo de decadência.

Em entrevista à Casa Vogue, Vélez conta que se instalou no local pela proximidade com a universidade e pelo preço do terreno, barato devido às más condições do entorno na época. Desde então, iniciou a construção de uma espécie de villa, incorporando e restaurando edificações adjacentes em uma propriedade com mais de 2 mil m², cuja formação acompanhou o renascimento da área – que, enfim, passou de prejudicada a privilegiada. Nesse conjunto, duas casas levam a sua assinatura: a principal, na qual vive com a mulher, a também arquiteta Stefana Simic, e uma menor, sua primeira obra, realizada ainda durante a faculdade e atualmente endereço de seu filho. No último andar de sua morada, erguida mais de 35 anos atrás, é possível reconhecer a marca registrada de Vélez, resultado de uma pesquisa que o tornou mundialmente famoso – o uso do bambu como elemento estrutural da cobertura.

O sistema vale-se do bambu guadua, espécie de grande porte cujas varas são preenchidas com concreto para que atuem como componentes estruturais. “Busco uma arquitetura vegetariana, na qual os minerais, como o cimento, o concreto e o vidro, estejam em equilíbrio com elementos orgânicos”, afirma o mestre – não em uma abordagem ambientalista, porém. “Não tenho a pretensão de salvar o planeta, mas, sim, de viver em contato com a natureza. Como um hippie de antigamente. A minha foi a primeira geração de arquitetos colombianos que, sem saber, construiu a partir de princípios éticos, para fins culturais e sentimentais, não políticos.”

Filho de uma jardineira, Vélez cercou o paisagismo com as edificações, e não o contrário. “Eu queria viver no campo, mas no centro de uma cidade”, justifica. Dessa forma, deixando que as plantas autóctones crescessem de maneira exuberante, deu vida a um parque tropical. “Trata-se de uma mata selvagem, e isso não é apenas modo de dizer. Admiro a perfeição dos jardins franceses e italianos, mas, nos meus, não quero nenhum tipo de acabamento. Sigo a lição que minha mãe me transmitiu: nada de topiaria nem de vegetação exótica.” Em meio ao verde ou sentado na mesa de jantar, primeiro com papel e lápis e depois com madeira e bambu para montar maquetes e protótipos, ele se habituou a trabalhar em casa durante a pandemia. Desenhou um prédio de 18 andares com a esposa, um estúdio para ela, a ampliação de um quarto. “Pensando bem, eu poderia transferir meu escritório para cá. Nunca tive um home office. Talvez tenha chegado o momento”, calcula o veterano.

A matéria completa pode ser conferida na edição de agosto de Casa Vogue, já disponível nas bancas de todo o país.

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