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05/10/2022 às 17h11min - Atualizada em 06/10/2022 às 00h01min

Roupas de fibra de banana, garrafa pet e cânhamo?

Urbô investe em processo de produção ecológico e à base de insumos reciclados

SALA DA NOTÍCIA Assessoria de Imprensa
Bruno Saldanha
Não é mais segredo que a indústria da moda é um dos principais poluidores do planeta.  No Brasil, por exemplo, dados do Sebrae revelam que, anualmente, o país produz 170 mil toneladas de lixo têxtil.  Mudanças no processo de produção, utilização de materiais e ressignificação de comportamento e consumo são necessárias e urgentes, caso o segmento almeje perder o título de “poluidor fashionista”.  Na contramão da degradação ambiental, existem as marcas eco-friendly que, mais que carregar um título interessante em inglês, buscam, de fato, trabalhar com alternativas sustentáveis.

Para tentar mudar esse cenário, diversas marcas constroem suas trajetórias pautadas na sustentabilidade. É o caso da mineira Urbô. Localizada em Divinópolis, a 120 quilômetros de Belo Horizonte, a empresa cria uma moda masculina pautada no minimalismo, na praticidade e, sobretudo, na sustentabilidade. Na ficha técnica das roupas, mais que informações sobre modelagem e aviamentos estão as características de tecidos criados a partir de fibra de banana, borra de café e cânhamo.

“Reduzir o impacto ambiental sempre esteve no centro de nossa atenção. Para que isso se tornasse realidade, fomos atrás de parceiros que, de fato, pudessem nos ofertar matérias-primas de qualidade e consciência ambiental”, destaca um dos criadores da marca, Matheus Menezes.

O café, bebida mundialmente aclamada, produz, em média, um milhão de toneladas de borra por ano. Isso equivale a 32 mil carretas cheias de um resíduo que pode ser reaproveitado de diversas formas. Na Urbô, por exemplo, se tornou a base da malha Coffee.

“Essa malha é feita a partir da borra de café recolhida das grandes redes de cafeteria. Esse resíduo passa por um processo de secagem, depois é transformado em um concentrado que, com a adição de polímeros, cria fios pelo processo de extrusão. O resultado é um tecido mais resistente, bactericida, anti-odor, com proteção UV e secagem rápida. Além disso, colabora para o direcionamento correto dos resíduos gerados pela indústria”, revela Menezes.

Yes! Nós temos banana
 

A banana é uma das frutas mais consumidas ao redor do mundo e, claro, no Brasil. Somos o quarto maior produtor da fruta em todo o globo. Em um ano mais de sete milhões de toneladas são produzidas e consumidas em terras tupiniquins. Apenas 1% é destinado para exportação.

O pseudocaule da bananeira produz uma fibra resistente que dá vida a um tecido ecológico e biodegradável. Desde o século 13, especialmente nas Filipinas e na Índia, há registro da utilização desta fibra em teares. No Japão e no Nepal era muito comum a criação de tapetes, cordas à base da fibra de bananeira.

Atualmente, Japão, Índia e Filipinas lideram a utilização da fibra de bananeira na indústria têxtil. A Urbô investe em camisetas feitas a partir da iguaria. “O tecido desta fibra é resistente e durável, além de seu processo de produção ser mais sustentável, pois, ao contrário do plantio do algodão, por exemplo, a bananeira requer menos água e agrotóxicos. Ao transformar esta fibra em tecido, reduzimos a quantidade de resíduos agrícolas. Combinamos a fibra com viscose e o resultado é um tecido de toque macio e trama leve”, detalha Matheus. 

Camiseta de maconha?

O cânhamo possui diversas nomenclaturas populares, como marijuana. Muitos confundem com maconha, mas a Cannabis é o gênero da planta que origina a Maconha e o Cânhamo. A diferença entre as duas vem do seu cultivo, sendo que a primeira possui maior teor de THC (tetra-hidrocanabinol) e a segunda mais CDB (canabidiol).

“Para a produção do tecido de cânhamo, as fibras passam por um processo de maceração (separação das fibras das cascas), depois disso, elas são processadas para dissolver a goma ou a pectina. A fibra é então separada e novamente transformada. Após o tratamento, as fibras são tecidas em fios finos e longos. Como resultado temos uma malha resistente a raios UV, termodinâmica, forte e durável”, descreve Matheus Menezes.

Ainda segundo o idealizador, o cânhamo é considerado a fibra do futuro, possui produção sustentável, utiliza um terço da água gasta para o plantio de algodão e requer menos uso de pesticidas.

Menos lixo e menos química

Ajudar a reduzir a quantidade de lixo exposta ao planeta também é um dos objetivos da marca. Para isso, ela criou a camiseta ‘less trash’, feita a partir de garrafa PET. A cada camiseta produzida, três garrafas deixam de poluir o ambiente. “Para se ter ideia, uma camiseta desta oferta à natureza 1200 anos livres de PET, já que este material leva, em média 400 anos para se decompor”, afirma Menezes.

A marca também opta por tecidos com tingimento natural, de forma a reduzir, o máximo possível, o uso de componentes químicos.

Cultivando o futuro

Os clientes da Urbô recebem junto com os produtos a possibilidade de cultivar um meio ambiente mais sustentável. As tags que acompanham as roupas da Linha Eco são plantáveis.
Elas são feitas com restos de aparas e papéis reciclados, sendo um produto 100% biodegradável, e claro, com sementes inclusas na produção. Dentre as sementes estão Pimenta Malagueta, Manjericão e Agrião.
 
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