Nietzsche tinha duas obsessões que, juntas, formam o antídoto mais potente contra a mediocridade existencial moderna: Amor Fati e Eterno Retorno. Se você ainda não entendeu esses conceitos, provavelmente está vivendo como a maioria — fugindo da vida real em nome de uma fantasia consoladora qualquer.
Amor Fati — amor ao destino, amor pelo mundo como ele é. Não estamos falando de resignação, daquela postura de cachorro surrado que aceita tudo calado. Estamos falando de amar o real com todas as suas contradições, crueldades e belezas simultâneas.
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Quero fazer parte!A diferença é brutal: tolerar é coisa de fraco, amar é coisa de forte. Quando você tolera, está apenas aguentando até que algo melhor apareça. Quando ama, está dizendo “sim” ao que existe, sem essa palhaçada de “ah, mas eu gostaria que o mundo fosse assim ou assado”. Parafraseando o que já dizia o filósofo… não existe o ideal, só existe o real…
O Eterno Retorno não é sobre reencarnação ou outras vidas — é o metro mais preciso para medir a qualidade da sua existência. A pergunta é simples e devastadora: você viveria essa vida exatamente igual, infinitas vezes?
Não a vida que você gostaria de ter, não a versão editada, mas esta vida, com todas os erros e acertos, dores e prazeres.
A eternidade de Nietzsche não é a de Santo Ambrósio, nem a das ideias de Platão, nem a do Eldorado comunista. É a eternidade imanente à vida — aqueles momentos em que você deseja que o instante não acabe nunca.
Você sabe quando isso acontece. É quando o filme é bom e você lamenta o fim, é o momento que está sendo vivido que você não percebe o tempo passar e não quer o fim. Esses são os momentos de Eterno Retorno — quando você não quer que o instante vire passado, quando prefere que ele vire eternidade.
A diferença da medida nietzschiana é que ela é tua. É você mesmo quem desenvolve o método para medir sua qualidade de vida. Quando a vida é boa? Quando você deseja que o instante não acabe. Simples assim.
Qual é a vida de merda? A vida que você pretende como temporal, a vida em que você clama para que o instante não se eternize, mas termine logo. É a vida que você quer que acabe para que “o filé mignon” possa acontecer depois.
Quando você vive esperando o “depois”, está implicitamente dizendo que o “agora” é um delta t a suportar. É o velho clichê de ir trabalhar, esperando pelo café, pelo almoço, pelo lanche da tarde, pela hora de ir embora… E aí, meu caro, você perdeu o jogo da existência.
Faça um teste: antes de tomar uma decisão, aplique o teste do Eterno Retorno: “Eu faria isso infinitas vezes?”.
No fim das contas, Amor Fati e Eterno Retorno são as duas faces da mesma moeda: a coragem de viver intensamente sem precisar de desculpas, justificativas ou promessas de paraíso futuro.
A vida é agora. E se você não está amando este “agora”, está desperdiçando a única eternidade realmente palpável.
P.S.: Claro que “a vida”, com todos os acontecimentos é extremamente amplo, mas a generalização do “termo vida” foi proposital. E você, claro, tratará os acontecimentos dela. Da minha parte, partindo da premissa que você faz por merecer, que a o resultado dessa conta seja o mais positiva possível e que, principalmente, essa busca permaneça inabalável.
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