Distopias no Brasil

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Desde os clássicos Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley e 1984 de George Orwell até A Revolução dos Bichos do mesmo Orwell. Hoje, em 2025, essas distopias não apenas ecoam – elas gritam no Brasil, acrescentando o filme “cult” Idiocracia – o futuro teve seu roteiro escrito no passado há muito tempo.

Enquanto Huxley profetizou um mundo anestesiado pela química do prazer, transformando o pensar em passatempo efêmero, nossa realidade se pinta em doses maciças de alienação programada: entretenimento incessante, consumo emburrecedor e a morte progressiva do senso crítico em nome do comodismo desgraçado.

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Orwell, por sua vez, desenhou o Estado onisciente e onipresente, que vigia, mente e reescreve a própria História para manter o poder absoluto. Aqui, o totalitarismo pode vestir toga, ou simplesmente ser um hipócrita que lucra com os idiotas úteis, ou até mesmo ser apenas um idiota útil com “poder e lugar de fala”… dissolvem a verdade em narrativas oficiais e monitoram o cidadão pela tela a partir de alguma “lei interpretada”. A autoridade decide quem é inimigo e quem receberá o selo de “intocável” — tudo, claro, sob os aplausos de uma plateia encantada recebendo seu pão velho e circo químico.

Na arena brasileira, essa coreografia distópica ganha novos contornos. Somos uma nação que aplaude sua própria desgraça, finge investir em democracia enquanto ignora os sinais de degeneração. Na terra do jeitinho e do assistencialismo perene, onde o valor social se mede pelo tamanho das filas do auxílio estatal — jamais pela capacidade de autonomia.

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A casta que hoje comanda o Estado alimenta-se das migalhas: escândalos, corrupções, burocracia inchada, privilégios eternizados, perpetuação do poder para poucos sob a desculpa do “bem-comum”. Não é incompetência — é um projeto consciente de estagnação.

E enquanto isso, a Revolução dos Bichos se repete sem intervalo: os porcos mudam de nome, de discurso, mas seguem ditando a cartilha, reescrevendo as regras quando convém e atualizando o slogan do “todos são iguais, mas uns são mais iguais que outros”. Distraídos, vamos batendo palmas enquanto apertamos, involuntariamente, a coleira de uma servidão voluntária.

A cereja do absurdo fica mais doce: Brasil subverte verdades históricas para justificar o presente caótico; adota passivamente o controle orwelliano, mas nunca renuncia ao conforto anestésico de Huxley; vende progressismo na vitrine e mantém atraso nas entranhas.

Idiocracia, com humor ácido, tornou-se menos previsão e mais diagnóstico: a cultura da irrelevância generalizada, do faz-de-conta escolar, do populismo sem cérebro. No país onde se premia quem menos sabe, a inteligência é crime e a estupidez, política de Estado.

No fim, estamos presos numa “Matrix made in Brazil”: uma ilusão cuidadosamente desenhada onde a mais silenciosa das tiranias é aceitar, sorrindo, o roteiro montado para nós. Aqui, quem controla o script manipula a indignação e distribui distrações, “ópios recreativos” para a multidão. A saída desta Matrix não é uma pílula colorida, mas o incômodo de encarar. E o real escape? Recusar a anestesia e reassumir, sem intermédio nem desculpa, o papel de protagonista.

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