O Novo Normal: Paleolítico, Neolítico e a Farsa da Modernidade

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Verdades ancestrais estão sendo apagadas, mas não é de hoje. O truque é antigo: repita uma mentira mil vezes, apague a memória coletiva, e logo ninguém mais lembra como era viver sem coleira. Mentiras demais não lhe deixam perceber que encurtaram a distância entre o certo e o errado. Hoje, tudo é “questão de ponto de vista”, “narrativa”, “versão”. O que era valor vira opinião, o que era honra vira meme, e o que era vergonha agora se chama “autenticidade”.

Essa frescura de “novo normal” é só maquiagem malpassada em cima do mesmo rosto ancestral. A humanidade continua paleo até a medula, só que ela já passeou nos shoppings e agora está com Wi-Fi e o seu delivery. Continuamos guiados pelos mesmos instintos: medo, desejo, pertencimento, poder… Mudaram as embalagens, mas o conteúdo é o mesmo: tribos, rituais, exclusão dos diferentes (um lado contra o outro), idolatria dos líderes, caça às bruxas — só trocaram a fogueira pelo cancelamento digital e as máscaras dos “ditadores do bem”.

Tudo que sempre existiu continua como sempre foi. O discurso muda, o algoritmo se adapta, mas a essência é a mesma: controlar o que você diz, pensa, sente. O “novo normal” é só o velho controle social com filtro de Instagram e hashtag de tendência. A diferença? Agora você agradece pela coleira e ainda faz stories mostrando que está feliz com ela – e há quem ainda faça para defender o imposto cobrado pela coleira…

Enfrento leis que não foram feitas para mim — e quem nunca? Desde as primeiras tabuletas de barro, a regra é clara: quem pensa diferente é perigoso. O sistema se reinventa, mas a lógica permanece: ajuste o que deve ser aceito, dito, pensado. E o sistema é tão esperto que quem se diz “contra o sistema” na verdade também é só mais um servo do próprio sistema.

Se não couber no script, apaga-se o personagem. A inversão de valores não é acidente, é método. O certo e o errado são embaralhados de propósito, para que ninguém mais saiba onde está a linha — e, assim, todos aceitem qualquer coisa sem perceber.

A verdade é que somos os mesmos de sempre, só que mais distraídos, mais manipuláveis e infinitamente mais convencidos de que somos “evoluídos”, e que ironia formidável, somos tão mais ignorantes… porém, no fundo, continuamos caçando aprovação, fugindo do banimento da tribo e repetindo o que o xamã digital do momento manda.

Se você ainda enxerga a diferença entre valor e modismo, entre virtude e performance, ótimo! Você é fóssil em meio a hologramas. O resto vai continuar aplaudindo a inversão de valores, achando que está na vanguarda enquanto repete — como sempre — o script mais velho do admirável mundo já não tão novo assim.

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