A coragem de viver do teu jeito

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“I did it my way.” Frank Sinatra não mentiu quando cantou esse hino. Mentira seria se ele tivesse dito “I did it the right way” ou “I did it the safe way”. Não. Ele fez do jeito dele. E isso, minha cara leitora, meu caro leitor, é a diferença entre viver e apenas vegetar esperando a morte chegar.

Você está morrendo de medo de viver? Você acordou hoje, olhou no espelho e escolheu ser a versão domesticada de quem você poderia ser? Escolheu o salário em vez do sonho, o conforto em vez da aventura, a aprovação alheia em vez da sua própria consciência.

A coragem não é a ausência do medo – essa é a primeira mentira que venderam para você, isso está mais para imprudência. Coragem é descobrir que seus medos são fantasmas criados por uma sociedade que lucra com a sua covardia. Sim, lucra. Você acha que é coincidência existir toda uma indústria construída em cima do seu medo de não ser aceito? Financiamento em 360 vezes para você comprar felicidade, uma receita banal contendo meia dúzia de passos que qualquer pessoa pega e coloca no micro-ondas e pronto! Está tudo pronto para ser feliz. Sem contar as terapias para você descobrir o que já sabe, mas não tem coragem de admitir.

“Cargos importantes” que ganham mais em um mês do que seus pais ganharam em um ano, mas vivem aterrorizados de contrariar um chefe medíocre e aceitam o “império do medo” enquanto fazem da empresa a sua casinha de bonecas e brincam de o “chefe mandou”. Empresários que construíram impérios, mas não conseguem dormir sem tomar remédio ou vivem na sua hipocrisia entre a degradação e ser o guardião “dos bons costumes”. Gente com currículo de fazer inveja, mas que morre um pouco a cada dia porque escolheu a segurança das grades da prisão ao invés da liberdade do risco.

Você não é vítima das circunstâncias, você é cúmplice da sua própria mediocridade. Ponto. Acabou a conversa mole de “não tive oportunidade”, “nasci pobre”, “minha família não me apoiou”. Tudo isso pode ser verdade, mas usar isso como desculpa para não viver é covardia pura, até porque isso deveria ser combustível para fazer acontecer.

Frank sabia disso. Quando ele cantava aquela música, não estava se gabando. Estava confessando que tinha escolhido a liberdade – com todos os seus riscos, acertos, erros e consequências – ao invés da segurança da conformidade. Ele sabia que viver de verdade dói. Que escolher o próprio caminho significa renunciar ao aplauso fácil da plateia.

Você quer saber o que mata mais que ataque cardíaco, câncer ou acidente de trânsito? O medo de viver. É isso mesmo. Gente que morre aos 25 e é enterrada aos 75. Pessoas que transformaram a vida numa sala de espera eterna, esperando o momento certo que nunca vai chegar, a permissão que ninguém vai dar.

Viver com medo não é viver – é morrer em câmera lenta. É aceitar que outros decidam por você o que você deve sentir, pensar, querer e fazer. É terceirizar sua existência para algoritmos de redes sociais, opiniões alheias e expectativas sociais que foram criadas por gente tão perdida; e que pelo ego, vaidade ou ignorância você nem ao menos procurar abrir os olhos – pensar fora da caixa é fácil, difícil é saber que você está dentro de uma caixa, ou melhor, dentro de várias caixas…

A liberdade verdadeira não é poder fazer o que você quer – qualquer adolescente rebelde tatua isso. Liberdade é ter coragem de ser responsável pelas suas escolhas, mesmo quando elas te levam para o precipício. É preferir o fracasso autêntico ao sucesso emprestado. É escolher a verdade brutal no lugar da mentira confortável.

Lá fora há uma epidemia de mortos-vivos: gente que respira, come, dorme, mas não vive. Pessoas que vendem as horas da sua única vida por um “preço”. São mais domesticados que um “cãozinho carente de madame” e ainda se acham “respeitáveis” por isso. São apenas hipócritas e covardes, que tentam se defender com a soberba, mas não passam de fracos medíocres.

O velho Frank morreu aos 82 anos e tinha uma pilha de inimigos, alguns arrependimentos que fariam sua mãe chorar. Porém, também tinha algo que você talvez nunca tenha: a certeza de que viveu sua vida, não a versão aprovada pelo conselho de administração da hipocrisia social baseada no guia do politicamente correto.

Quando você estiver prestes a morrer, vai poder dizer que viveu ou vai ter que admitir que foi apenas sobreviveu como um espectador da própria existência?

Então, pare de pedir permissão para existir, de esperar aprovação para ser quem você é. Pare de morrer de medo de viver. A vida é tua! Viva ela OU morra tentando – pelo menos terá sido uma vida honesta.

E se você chegou até aqui e ainda está esperando uma palavra de conforto, um “vai dar tudo certo” ou algum açúcar para adoçar essa pílula amarga, tenho “boas” notícias: a vida não deve dar certo – ela deve ser vivida. O mundo não precisa da sua versão pasteurizada e inofensiva. Já temos rebanhos suficientes de ovelhas bem-comportadas, obedientes e orgulhosas da sua própria insignificância.

Até porque, no fim das contas, quando estiver no seu leito de morte, não será a opinião da mamãe, do chefinho ou do vizinho que importará – será o peso esmagador de uma vida não vivida. E aí, meu caro cordeirinho, será tarde demais para rugir…

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