A digitalização das transações financeiras e a popularização de novos produtos de investimento abriram oportunidades, mas também criaram um ambiente propício para fraudes cada vez mais sofisticadas. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 2023), mais de 5 milhões de brasileiros já foram vítimas de esquemas fraudulentos, sendo as pirâmides financeiras uma das modalidades mais recorrentes.
O alerta é confirmado por dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apontam a falta de educação financeira como um dos principais fatores que tornam indivíduos vulneráveis a perdas patrimoniais significativas. No Brasil, a incidência de golpes é muito maior entre pessoas com baixo nível de conhecimento financeiro, chegando a 42%, contra apenas 8% entre aqueles com instrução elevada.
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Quero fazer parte!Para o pesquisador e educador financeiro Estefano Santos, autor do estudo “A educação financeira como escudo contra golpes e pirâmides”, a solução passa pelo conhecimento. “Educação financeira não deve ser vista como um luxo, mas como um direito básico de cidadania. Ela não nos torna ricos de um dia para o outro, mas evita que fiquemos pobres de um minuto para o outro. Quando sabemos identificar riscos e questionar promessas irreais, ganhamos liberdade para proteger nosso patrimônio e tomar decisões seguras”, afirma.
Apesar da existência de iniciativas como a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), especialistas alertam que o alcance ainda é limitado. Em países como Alemanha e Reino Unido, a inclusão da educação financeira no currículo escolar reduziu significativamente a adesão a esquemas fraudulentos.
A pauta ganha urgência diante da multiplicação de crimes digitais e do impacto social das fraudes, que vão muito além da perda financeira, gerando desconfiança em instituições e ampliando desigualdades. Como reforça Santos, “investir em educação financeira significa proteger famílias, fortalecer a confiança social e contribuir para a estabilidade econômica do país”.
Dicas para evitar cair em golpes financeiros:
- Desconfie de promessas de retorno rápido e acima da média do mercado.
- Verifique se a empresa ou plataforma tem registro em órgãos oficiais como a CVM ou Banco Central.
- Nunca invista em algo que você não entende plenamente.
- Pesquise histórico, reputação e transparência do negócio antes de aplicar recursos.
- Diversifique seus investimentos e mantenha uma reserva de emergência.
- Desconfie de pressões para investir imediatamente.
- Prefira sempre canais oficiais de bancos e corretoras.
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