Recebemos para uma conversa franca e reveladora um dos maiores nomes do empreendedorismo brasileiro: Reginaldo KNN. Fundador da rede de idiomas que leva seu nome e presidente de um holding que hoje abrange vários áreas, o empresário abriu os bastidores de sua vida pessoal e profissional em entrevista conduzida por Jeferson.
Durante o bate-papo, Reginaldo foi muito além dos números de faturamento. Ele tocou em feridas antigas, como a fome que passou na juventude, e em batalhas recentes, como a superação de um câncer agressivo em 2023, atribuindo sua vitória à fé inabalável.
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Quero fazer parte!Uma coincidência selou a sintonia entre entrevistador e entrevistado: descobriu-se que ambos celebram aniversário no mesmo dia, 22 de novembro. Esse clima de proximidade abriu espaço para Jeferson questionar a importância de registrar histórias de vida em veículos de comunicação, como forma de encurtar o caminho para quem está começando, em vez de apenas consumir conteúdos passageiros. Reginaldo foi enfático ao validar a necessidade de expor a realidade nua e crua, e não apenas o sucesso.
“É importante sim você dizer de onde veio, o que passou para estar onde está, tropeços, acertos e erros. Compartilhar o que deu certo é muito importante. E falar do que deu errado também”, afirmou Reginaldo. Segundo ele, é isso que diferencia o conteúdo raso do verdadeiro legado: “Isso não é só a motivação que é momentânea, mas é a inspiração. A pessoa entende: ‘Se ele conseguiu, eu também posso conseguir’.”
Do Idioma ao Concreto: A Lógica dos Negócios
Ao ser questionado por Jeferson sobre a conexão entre negócios tão distintos – como uma escola de idiomas e uma construtora –, Reginaldo explicou sua filosofia de investimento. Para ele, o “negócio mãe” (a KNN Idiomas) nasceu da paixão, ingrediente indispensável para o primeiro empreendimento.
“O teu primeiro negócio tem que ser por paixão. Não é aquele negócio que você investe pensando apenas em fazer dinheiro. Os demais vêm pelo dinheiro, como a construtora e escritórios, mas a base precisa ser o que você ama”, explicou Reginaldo.
O empresário também comentou sobre a recente premiação de “Campeão de Vendas e Marketing”, validada por pesquisa da ESPM. Embora orgulhoso, ele reforçou a Jeferson que o prêmio não é o fim, mas a consequência: “A meta dada é meta batida, mas nós não trabalhamos pelo prêmio. Ele vem coroar um trabalho de anos e uma cultura forte. Sem cultura e propósito, uma empresa não chega a lugar nenhum.”
“Criei uma casca”: A Fome e a Resiliência
Um dos momentos mais tocantes da entrevista foi quando Jeferson relembrou as origens humildes do empresário. Reginaldo não usou eufemismos:
“Passar fome foi literalmente. Aquilo serviu para criar casca, casca dura mesmo. Hoje, os problemas parecem menores perto daquilo. Não que seja fácil hoje, mas tudo exige planejamento, treinamento e correção de rota constante.”
Jeferson pontuou a importância dessa vivência para a valorização das conquistas atuais, contrastando com a baixa tolerância à frustração vista em parte da sociedade atual.
Deus, Câncer e a “Pergunta que Ninguém Fez”
Em um momento de profundidade espiritual, Reginaldo revelou sua batalha contra um câncer em 2023. Ao ser perguntado sobre o papel de Deus em sua trajetória, a resposta foi imediata:
“Deus é a razão de tudo. Eu tive um câncer muito agressivo em 2023 e estou aqui por Deus. Eu sempre oro e não peço nada, só agradeço, porque tenho mais do que merecia.”
Questionado por Jeferson sobre qual pergunta nunca lhe fizeram em tantas entrevistas, Reginaldo refletiu sobre seu “eu interior”. Ele admitiu que, embora tenha propósitos claros para suas empresas (que hoje empregam mais de 10 mil colaboradores), ele ainda busca, em oração diária, entender qual é o propósito específico de Deus para a sua vida pessoal.
Geração Z e o Uso da Tecnologia
Contra a maré de críticas aos jovens, Reginaldo surpreendeu ao defender a Geração Z. Em resposta à preocupação levantada por Jeferson sobre o tempo gasto em redes sociais, o empresário aconselhou o uso consciente: “Use a ferramenta, não deixe a ferramenta te usar”.
Ele destacou que vê com bons olhos a nova geração:
“Eles não trabalham só por dinheiro, querem bem-estar e fazer o bem. A geração anterior, a das baladas e drogas, essa sim foi terrível. Hoje vejo jovens lotando igrejas e buscando propósito desde cedo. Isso me deixa muito feliz.”
Gestão de Pessoas: “Confiar até Desconfiar”
Sobre o dia a dia na empresa, Reginaldo afirmou ser nos bastidores exatamente a mesma pessoa que aparece nas câmeras. Ele destacou que o maior desafio de qualquer grande empresa não é financeiro, mas sim a comunicação: “Comunicar não é falar. É o outro entender.”
Sua política de confiança é clara: “Eu parto do princípio de confiar até desconfiar. A vida fica mais leve assim. Se a pessoa quebrar a confiança, não tem mais o que fazer, mas entrar desconfiando torna tudo mais difícil.”
O Brasil e o Futuro
Encerrando a entrevista com otimismo, Reginaldo rejeitou o “complexo de vira-lata” e afirmou a Jeferson que o Brasil é, sim, o melhor país para se prosperar.
“O Brasil é uma mãe. Não vá na conversa dos pessimistas. Conheço mais de 50 países e afirmo: o Brasil é o melhor lugar para fazer dinheiro e amizades.”
Para o futuro, a meta do Grupo KNN é ambiciosa: dobrar o número de brasileiros fluentes em inglês nos próximos 10 anos. “O inglês abre o mundo de oportunidades. Investimos mais de R$ 50 milhões em bolsas este ano para democratizar esse acesso”, finalizou.
A entrevista completa, repleta de lições de vida e estratégia, está disponível no canal do Cidade no Ar no YouTube.
Assista agora: http://www.youtube.com/watch?v=Jis7ai5TWEo
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