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16/08/2019 às 08h02min - Atualizada em 16/08/2019 às 08h02min

Argentinos

A economia brasileira registrou crescimento de 0,2% no 2º trimestre na comparação com os 3 primeiros meses do ano, segundo dados do Monitor do PIB-FGV, divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (14). No mês de junho, o indicador avançou 0,7% ante maio. Se deste lado da linha a coisa se mostra em rumos de começar a ir bem, do lado de lá (Argentina), nem tanto.

O agravamento da crise na Argentina prejudica o comércio exterior brasileiro, afinal, o país vizinho é o terceiro maior comprador de produtos nacionais. Mas a nação já enfrenta uma longa crise e vem reduzindo as importações das mercadorias no mundo e também do Brasil. Tanto é que a participação argentina encolheu 40% nas exportações nacionais no acumulado de janeiro a julho, em comparação com o mesmo período do ano passado. Para economistas, a piora do cenário gera incertezas e ruídos, mas a expectativa é de que o efeito na economia seja pequeno.

Segundo a FGV, a alta que registramos no 2º trimestre é explicada pelo desempenho do setor de serviços, único dos três grandes setores de atividade a apresentar crescimento no período (0,3%). Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,7%, o 10º crescimento consecutivo deste componente, e a formação bruta de capital fixo voltou a crescer (2,3%), após dois recuos consecutivos.

O grande temor em relação à crise da Argentina foi a desvalorização do real ante o dólar. A moeda norte-americana chegou a ser cotada acima de R$ 4 e ainda caminha em patamares próximos da barreira psicológica. Do ponto de vista de política monetária, economistas ressaltam que há ruídos momentâneos nos ativos financeiros, mas que não devem influenciar na definição dos juros brasileiros.

Com o resultado do primeiro semestre, o desempenho dos últimos seis meses de 2019 passa a ser decisivo para o crescimento deste ano e, sobretudo, de 2020. Por ora, segundo o relatório Focus, do Banco Central, os analistas estimam que o PIB deve avançar 0,81% neste ano e 2,1% em 2020.

Em relação a nossos “Hermanos”, o Governo Argentino tomou medidas como aumentar em 25% o salário mínimo no país, aumentar em 40% o valor de bolsas de estudo, aumentar em 40% o “bolsa-família” de lá, aumentar em 20% o piso do imposto de renda (gerando corte de impostos para um número estimado de 2 milhões de pessoas), e criou um plano de ajuda a pequenas e médias empresas, como redução de obrigações junto à receita federal, por exemplo. Ajuste não é garantia de resultado!

O que podemos resumir disto tudo é: se você possui um comércio na Costa Esmeralda (ou em qualquer outro lugar) e está ansioso por uma boa temporada proporcionada por nossos “Hermanos”, cuidado! É mais provável que, se houver uma boa temporada, será ditada por turistas brasileiros, muito embora seja improvável haja visto que a economia mostra avanços muito tímidos para isto se justificar. Aperte o cinto pois mais uma temporada de incertezas poderá vir por aí. Nestes cenários, manter-se conservador é muito mais prudente do que se posicionar arrojado. Até a próxima!
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