01/02/2022 às 14h58min - Atualizada em 02/02/2022 às 00h00min

Engenheiro aponta que Incidente em obra do Metrô não tem relação com chuvas

Paulo Ferreira, presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, diz que vibração do maquinário fez solo se movimentar de modo irregular

SALA DA NOTÍCIA Da redação
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O governador do estado de São Paulo, João Doria acompanha trabalho de técnicos na Linha-6 Laranja. Foto: Governo do Estado de São Paulo
A cidade de São Paulo amanheceu aflita com o incidente ocorrido no canteiro de obras da linha-6 Laranja do Metrô. Uma tubulação de esgoto se rompeu, causando a abertura de uma cratera na Marginal Tietê, altura da Freguesia do Ó, na Zona Norte.

O presidente do Instituto de Engenheria (IE), Paulo Ferreira, ao analisar as imagens da área afetada, deixa claro que há um exagero em ligar o incidente às fortes chuvas dos últimos dias.  "Afinal, as chuvas passam pelas galerias que fluem para dentro da lâmina do rio", completa.

Ferreira diz que o governo paulista está correto em dizer que houve uma interferência entre as obras do metrô e o interceptor de esgoto. "Este é um tubo de grande diâmetro, uma galeria que corre paralela à marginal direita do rio Tietê e que leva o esgoto de toda essa região até a estação de Barueri", explica.

Para o especialista, inicialmente, o que parece ter acontecido é que com as obras do Metrô houve uma movimentação do solo, que provocou uma ruptura em algum lugar desse interceptor. "E isso lançou esse esgoto e fez essa cratera. Essa instabilidade se dá pela obra no local", diz Ferreira.

Ele acrescenta que tatuzão, equipamento que faz a escavação do solo, provoca uma vibração intensa. Assim, essa vibração desestabilizou parte do terreno, que já foi mexido quando feita a galeria.

Preocupação ambiental x tempo
O perigo adicional, diz o presidente do IE, é com o esgoto sem tratamento que vazou. "O cuidado precisa se dar para quem está manuseando esse esgoto, para evitar qualquer tipo de contaminação", reforça.

Outra questão é sobre o tempo para reparar os danos. Paulo Ferreira diz que para consertar esse estrago deve demorar, pois terão que abrir uma área grande. "Nesse período precisa desviar o esgoto para dentro do rio, abrir toda essa vala e refazer a galeria. Isso é obra para, pelo menos, dois meses", projeta.

O presidente do IE ainda diz que uma parte da Marginal poderá ser liberada para o trânsito, sem problema algum, para evitar piora no fluxo da cidade. "Acho difícil que ceda mais partes na Marginal. O terreno já se acomodou. Exceto se houver nova ruptura", pontua.

O especialista ainda lembra que esse caso foi diferente do ocorrido em 2007, noutra obra do Metrô, da Linha-4 Amarela, na região da Marginal Pinheiros. "Naquela ocasião não houve ruptura de uma estrutura. São situações diferentes. Ali na Marginal Pinheiros foi a queda de uma estrutura do canteiro de obras", relembra.

No caso de 2007, sete pessoas morreram. Dessa vez, felizmente, nenhuma vítima fatal foi registrada. Dois funcionários tiveram contato com o esgoto e foram resgatados e medicados.
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