Estudo revela os fatores que aumentam a gravidade das lesões em acidentes de motocicleta em Belo Horizonte

Pesquisa do Instituto Cordial, em parceria com a BHTrans, ajudará no desenvolvimento de estratégias mais eficazes para segurança no trânsito

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O Instituto Cordial, em colaboração com a BHTRANS, divulgou um novo estudo sobre a segurança no trânsito, intitulado "Fatores associados à severidade de lesões em sinistros com motocicleta em Belo Horizonte",  que apresenta uma análise detalhada dos fatores que aumentam a gravidade das lesões em acidentes de motocicleta.

"Este estudo lança luz sobre um problema crítico de segurança no trânsito que tem crescido no Brasil. Aumentar nossa compreensão dos fatores que contribuem para a severidade das lesões em sinistros envolvendo motociclistas pode nos ajudar a desenvolver estratégias mais eficazes para melhorar a segurança no trânsito", disse Luis Fernando Villaça Meyer, Diretor de Operações do Instituto Cordial.

Os ocupantes de motocicletas são uma das principais vítimas do trânsito no Brasil, onde a participação desses usuários nas fatalidades aumentou de 10% para mais de 35% entre 2001 e 2020. No mesmo período, em Belo Horizonte, eles representaram 37,6% das mortes e 60,9% dos feridos graves de acidentes de trânsito.

O estudo utilizou modelos de severidade para analisar os dados de acidentes de 2011 a 2021, considerando fatores relacionados ao indivíduo, acidente, via e ambiente. Os resultados indicam que esses fatores são estatisticamente significativos e impactam a severidade das lesões.

Entre os fatores identificados estão sexo, faixa etária, posse e tipo de habilitação, e aspectos da via, como hierarquia viária, tipo de interseção, comprimento e largura da via, e tipo de veículo envolvido. A pesquisa chegou em alguns resultados inéditos para o contexto de Belo Horizonte, principalmente, relacionados aos fatores de posse e tipo de habilitação. Descobriu-se que indivíduos que possuem licença para dirigir outros veículos além da motocicleta têm menor probabilidade de sofrer lesões graves. Segundo o estudo, “uma estratégia inovadora que a Prefeitura poderia considerar é criar um incentivo para que novos condutores também tirassem a licença para outros veículos.” É sugerida também a alternativa de, no treinamento de novos condutores, incluir atividades em que os futuros condutores sejam colocados na posição de outros usuários do sistema viário, como condutores de diferentes tipos de veículos ou até pedestres, para promover a compreensão sobre a percepção e as limitações de outros usuários no trânsito.

Camila Cavalheiro Ribeiro da Silva, Coordenadora de Mobilidade do Instituto Cordial e que coordenou o trabalho, afirmou: "Os resultados do nosso estudo ressaltam a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger os motociclistas. Este trabalho é um passo importante para entender melhor como podemos reduzir a severidade das lesões em sinistros de motocicleta em Belo Horizonte e, consequentemente, nas cidades brasileiras em geral."

Espera-se que os resultados encontrados contribuam para a criação de políticas públicas mais eficazes, baseadas em evidências, para melhorar a segurança dos motociclistas no trânsito. O estudo está disponível no site do Instituto Cordial.