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06/06/2023 às 16h28min - Atualizada em 07/06/2023 às 00h01min

Mobilidade urbana e a amiga bicicleta  

* Alessandra de Paula 

SALA DA NOTÍCIA Valquiria Cristina da Silva Marchiori
Rodrigo Leal

A mobilidade urbana tem sido alvo de preocupação em muitas cidades no mundo. Problemas relacionados à população ambiental e à poluição sonora, têm merecido atenção especial das autoridades que buscam alternativas de solução para o deslocamento das pessoas, ao mesmo tempo em que apontam para melhores condições de vida. 

Hélio Wicher Neto, advogado, cientista social e especialista em direitos urbanísticos, aponta que a mobilidade urbana pode ser conceituada a partir do momento em que se pensa a cidade como espaço planejado para as pessoas. Essa maneira de pensar, repercute as ações de grande número de cidades que buscaram implementar soluções de mobilidade urbana com características mais sustentáveis, apoiando e até incentivando o uso de bicicletas não apenas para o lazer, que era predominante até então, mas também como veículo para deslocamento urbano, facilitando o acesso ao trabalho, aos estudos. 

Contribuiu também, para uma rápida aceitação da bicicleta como veículo auxiliar de deslocamento, devido ao preço das passagens em transportes públicos, assim como condições mais rápidas de acesso, pois o aumento da frota em circulação pelas ruas dos grandes centros dificulta, cada vez mais, o uso de veículos automotores. 

A implantação de ciclovias, nas cidades, representa um pequeno passo no sentido de valorizar o uso dos transportes não motorizados, conforme a Lei n.º 12.587, de 3 de janeiro de 2012, ou Lei da Mobilidade Urbana Sustentável, entendida como o resultado de um conjunto de políticas públicas voltadas à normatização das políticas de transporte e circulação. Com essa lei, pretendia-se democratizar o acesso ao espaço urbano, priorizando-se a circulação de veículos não motorizados e coletivos de transporte. Entre os não motorizados, encontram-se as bicicletas, ou bikes, ou “magrelas”, como são popularmente conhecidas. 

Uma pesquisa realizada em 2022, com mais de dois mil participantes, para investigar como estava se processando a mobilidade urbana no período pós-pandemia, aponta  

 que 45,3% dos residentes nas cinco regiões do Brasil haviam mudado seus hábitos de deslocamento durante e após os momentos críticos da pandemia, buscando a segurança em relação ao contágio, em um primeiro momento, e como forma de manter os benefícios para a saúde, auferidos durante o uso da bicicleta para deslocamento. 

O uso da bicicleta como veículo de transporte, seja para deslocamentos pessoais ou para serviços de entrega, tende a aumentar, sendo que até 2030, de acordo com pesquisa realizada pelo Oliver Wyman Forum, a mobilidade urbana deve apresentar um crescimento de 75%.  Os avanços tecnológicos contribuem para esse aumento, tanto para os meios de transporte, com as práticas de rastreio das encomendas desde a saída dos depósitos até o endereço de entrega, como para o ciclista, que encontra nos aplicativos sugestões para definição dos roteiros mais rápidos e seguros, além de política e ecologicamente corretos. 

Assim, pode-se afirmar que existem muitas tendências, positivas e sustentáveis, que podem tornar o dia 3 de junho, Dia Mundial da Bicicleta, não apenas como mais uma data comemorativa, mas como um tributo à mudança de conceitos que priorizam o “ser”. Para isso, são necessárias apenas políticas públicas cada vez mais articuladas e eficientes que, não desprezando as inovações tecnológicas, invistam bastante, também, nas mudanças que priorizem uma melhor qualidade de vida para as pessoas e cidades. 

*Professora Alessandra de Paula é Coordenadora dos cursos de Logística e Gestão do E-commerce e Sistemas Logísticos da Escola de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter. 

 


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