11/10/2022 às 15h49min - Atualizada em 12/10/2022 às 00h00min
Anka Brasil lançou novo álbum “Amor Sem Fronteiras”
Unindo a música regional gaúcha com o rock’n’roll, álbum novo promete traduzir corações com uma sonoridade que alterna o folk com pegadas mais elétricas
SALA DA NOTÍCIA Márcia Stival Assessoria
Márcia Stival Assessoria
Raul Krebs São muitos os caminhos que levam ao coração.
Roger Lerina
O título “Amor sem Fronteiras” não deixa dúvidas sobre qual é o elemento de Anka Brasil: o cantor e compositor fala dos sentimentos e dores, das alegrias e tristezas, dos encontros e infortúnios dos amantes. Mas o nome do seu segundo disco indica também outra característica da trajetória desse intérprete de voz grave e poderosa: se a poesia de Anka tem como destino único o coração, sua música percorre muitos caminhos até chegar ao fundo do peito. Desde o final dos anos 1980 emprestando seu registro de baixo-barítono para releituras de temas de ícones como Beatles, Stones, Creedence e, especialmente, Elvis Presley, o vocalista estreou seu trabalho autoral solo em “Noite Fria”. No álbum lançado em 2021, essas influências do rock pop internacional conjugavam-se com referências da música regional sulista como Cesar Passarinho, Leopoldo Rassier e João Chagas Leite – compositores e cantores de vozes igualmente marcantes. Em “Amor sem Fronteiras”, Anka amadurece esse projeto artístico em 11 baladas cuja sonoridade evoca estilos das mais variadas origens – traçando uma espécie de viagem musical que vai do Sul ao Norte das Américas. Responsável pela sonoridade semiacústica de “Noite Fria”, o multi-instrumentista Veco Marques responde de novo pela produção em “Amor sem Fronteiras”, destacando outra vez a presença de violões, guitarras, teclados e acordeões na instrumentação das músicas. A jornada romântica se inicia com o folk rock de apelo radiofônico “Incerteza” e segue com a canção despudoradamente popular “Amor Proibido” – tema que chama para a pista de dança e flerta com gêneros latino-americanos como a guarânia, o bolero e a rancheira. A bússola volta a apontar para a América do Norte no country estradeiro “Vai Querer de Novo”, que desliza conduzido pelos acordes estendidos da guitarra slide de Veco. “Mi Pecho de Acero”, com sua letra em espanhol e guitarra de timbre semelhante ao do mexicano Carlos Santana, propõe uma curiosa mistura bailante de bolero com milonga. Já “Luz de Neon” volta a namorar com o pop rock, unindo guitarras melodiosas com o acordeão e ecoando a banda norte-americana R.E.M. –acrescentando ainda ao molho multicultural o toque do violão flamenco. O rock sessentista, porta de entrada de Anka Brasil na carreira de intérprete, é a pegada de “Champagne e Caviar” e “No Vazio que Me Cabe” – esta última remetendo saudosamente às canções do beatle George Harrison. A empolgante “Bate Asa o Coração” é outra prova do ecletismo do álbum, casando o chamamé gaúcho-argentino com o rasqueado pantaneiro e celebrando as pontes culturais nos versos “A saudade é traiçoeira, no Goiás ou na fronteira / Do Uruguai ao meu sertão, todos têm uma paixão”. Depois da balada pop derramada “Ilusão” – outro tema feito sob medida para tocar no rádio e no coração –, Anka interpreta a única composição que não é de sua autoria no disco: a clássica “Medo da Chuva”, de Paulo Coelho e Raul Seixas, em uma versão que enfatiza o espírito de rock rural desse hit do “maluco beleza”. “Amor sem Fronteiras” se encerra em tom maior com mais uma balada, “Ninguém É Sozinho”, tema folk rock com direito a órgão de música gospel ao fundo e letra inspiradora: “Não conte dinheiro, conte as estrelas / (...) / Encontre o caminho, ninguém é sozinho / Se acreditar”. Andarilho das paixões, Anka Brasil convida o ouvinte a embarcar em seu “Amor sem Fronteiras” e passear pelas várias trilhas do romantismo sem pressa – como ele mesmo canta em “Incerteza”: “Não quero andar ligeiro / Quero ser mais um passageiro / Desta estação”. Confira as letras das canções: http://ankabrasil.com.br/ Ficha Técnica Artista: Anka Brasil Gênero: Vocais/easy listening Gravadora: Ímã Records Produção Musical: Veco Marques Créditos: Roger Lerina – Jornalista Cultural