02/05/2023 às 21h11min - Atualizada em 03/05/2023 às 00h01min

Escola pública de Sapopemba demonstra inclusão e respeito à diversidade por meio da Arte

Equipe da EMEF Profa. Marlene Rondelli contratou os artistas Mogle e Frosa para produzir um extenso painel de graffiti que abordasse a inclusão e a diversidade, entre outras questões

SALA DA NOTÍCIA Mariana Mascarenhas
Adriano Stofaleti (@astofaleti)
Tema fundamental para garantir que todos os alunos tenham acesso igualitário à educação e, assim, possam desenvolver o seu potencial ao máximo, a inclusão social nas escolas deve ser cada vez mais discutida, valorizada e incentivada, contribuindo para um ambiente escolar respeitoso e colaborativo, que considere a realidade de cada educando. Para auxiliar nessa missão, a arte pode ser uma ferramenta essencial como meio de expressão e conscientização social a respeito do tema.
 
Ciente de tudo isso, a equipe da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Profa. Marlene Rondelli, situada no distrito do Sapopemba, na zona leste de São Paulo, teve uma ideia diferenciada: produzir um extenso painel de graffiti que abordasse a inclusão, entre outras questões. “Uma profissional conhecia o trabalho da artista Frosa e, conversando com ela, organizamos a ideia central de pintar no muro da escola o que defendemos e respeitamos em nossa unidade escolar: a qualidade no atendimento, a integralidade, a diversidade, a inclusão e também a preocupação com o meio ambiente”, afirma o diretor José Sousa de Medeiros.
 
Segundo a assistente do diretor, Ana Maria da Silva Goes, o muro é a porta de entrada de uma escola e, uma vez que o da EMEF não estava representando a identidade da instituição, os artistas urbanos Andre Bracale Araujo (Mogle) e Francine Fernandes (Frosa) foram contratados para transformar o espaço por meio da arte. “Logo na primeira reunião, o Mogle e a Frosa captaram nosso objetivo e souberam concretizá-lo em um lindo painel”, comemora Ana Maria.
 
De acordo com os artistas, a proposta consistia em apresentar aos alunos e demais pessoas que transitam na região conceitos relacionados à inclusão e à diversidade de maneira mais lúdica e colorida. “A arte traz, naturalmente, um grande potencial de expressão e informação. Por meio dela é possível provocar sensações, questionamentos e descobertas importantes para todas as pessoas que tiverem acesso a ela”, ressalta Frosa. Já para Mogle trata-se de um poderoso meio de comunicação e conexão com temas como a inclusão e o respeito à diversidade para o surgimento de respostas e vivências significativas.
 
Para Frosa, poder expressar a sua arte no muro da escola é uma ação de extrema responsabilidade por fazer parte da vida de pessoas que ainda estão em formação, no caso os alunos, e pelo fato do trabalho adentrar no cotidiano da comunidade ali presente. “Cresci no bairro ao lado, que é a Vila Diva, e pintar pertinho de casa traz uma sensação maravilhosa de realização. ”
 
Mogle já havia pintado a parede externa da EMEF Profa. Marlene Rondelli no ano de 1999, quando iniciou sua pintura com o graffiti. “Eu sempre admirei o muro como uma das principais paredes do bairro pelo seu tamanho e por ser minha porta de entrada para a Zona Leste.” No processo de criação do painel atual, ele e Frosa dividiram as temáticas de acordo com os seus estilos. “Eu pude falar sobre meio ambiente, inclusão e afeto. A ideia era fazer a Sapopemba transbordar em cores e chamar a atenção de todos”, relata Mogle, que se sente muito feliz por ter sido um dos protagonistas dessa nova história e por expressar sua arte no bairro onde mora.
 
Assim que os artistas começaram a realizar seus trabalhos, alunos, educadores, colaboradores e moradores da comunidade já perceberam uma arte diferenciada. Todos gostaram da proposta e do que começava a surgir no espaço. “Ao olhar o muro, em toda a sua extensão, somos levados a muitas reflexões e nos deparamos com a beleza que hoje nos rodeia, afinal as obras artísticas são um sinônimo de beleza”, afirma Ana Maria.
 
O diretor José Sousa de Medeiros explica que sempre buscou trabalhar a questão da inclusão não somente em sala de aula, como em todos os ambientes da unidade escolar. “O assunto faz parte do nosso projeto pedagógico, afinal falar sobre educação é falar a respeito de integralidade e inclusão, tema que hoje faz parte da Educação Pública com muitos investimentos e projetos”, conclui.

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